Depois da extrema direita e da ultradireita, a imprensa lança o ultra-conservadorismo. Na Polônia, encerrada a apuração, o candidato apoiado pelo partido ultra-conservador Lei e Justiça (PiS), Karol Nawrocki, acaba de vencer o segundo turno da eleição presidencial contra o pró-europeu Rafal Trzaskowski.
Nacionalista e admirador de Donald Trump, ele desmentiu as pesquisas de opinião (aiai) e obteve 50,89% dos votos válidos. Agora substituirá Andrzej Duda, também do PiS, que concluirá seu segundo mandato consecutivo em agosto, ao completar dez anos no poder.
O PiS já havia vencido as eleições parlamentares de 2023 com cerca de 35% dos votos. Mas neste caso não conseguiu fazer o primeiro-ministro porque partidos com votações expressivas se coligaram para formar a maioria e entregar o cargo ao pró-europeu Donald Tusk, que ainda o ocupa.
Por sorte, a presidência na Polônia não é quase decorativa como em outros países. Mesmo enfrentando um parlamento dominado por adversários, Duda utilizou seu poder de veto e suas demais atribuições para impor pautas da agenda nacionalista e conservadora. Como Nawrocki poderá fazer a partir de agosto.
Neonacionalistas
Eles não vão se enrolar na bandeira porque passariam mal, mas quem anda nos ameaçando com o nacionalismo é a imprensa subordinada ao lulopetismo. Assim, após garantir que "a soberania subirá ao palanque" no próximo ano, a abjeta Tia Reinalda repete o discurso para débeis mentais de seu atual proprietário:
Os EUA querem processar o Alexandre de Moraes porque ele quer prender uma cara brasileiro fazendo coisa contra o Brasil o dia inteiro. Por que ele quer criticar a justiça brasileira? Eu nunca critiquei a justiça deles. Ele faz tanta barbaridade e eu nunca critiquei. Faz tantas guerras, mata tanta gente.
Não satisfeita em transcrever as mentiras, titia acrescenta as suas, no mesmo tom: Xandão nunca tentou dar ordens nos EUA e só quer abnegadamente cumprir nossa lei, é um absurdo que um deputado de direita busque ajuda exterior como faziam os de esquerda, etc. Uma declaração mais desonesta que a outra.
Conseguirão eles emplacar esse discurso? Conseguirão levantar os brasileiros contra quem apoia a intervenção estrangeira?
A resposta à primeira pergunta é "sim, dentro da bolha", a turma que "se informa" pelo Brasil 247 e similares aceita qualquer coisa. Mas isso só atinge uma pequena fração do eleitorado preferencial do lulopetismo. A turma do bolo no balde, que constitui a maioria dele, permanecerá alheia a esse tema como a tudo o mais.
Quanto à segunda pergunta, nem é preciso dizer. Só desconhecendo nosso povo para pensar que você conseguiria convencê-lo a defender alguns marajás autoritários com esses argumentos capengas. O lara sabe disso e só está fazendo teatro, precisa mostrar um pouco de gratidão a quem o tirou da cadeia e o colocou onde está.
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