Com todos os defeitos que possam ter, nossos deputados representam com frequência o pensamento de seus eleitores. É uma questão de sobrevivência, afrontar a opinião de quem o elegeu pode custar o fim de sua carreira política, estão aí os exemplos de traidores como Rodrigo Maia e João Doria para quem quiser.
Não é por outro motivo que o apoio à anistia aos presos políticos do 8 de janeiro cresceu tão rapidamente. O Consórcio tentou dizer o contrário com suas pesquisas de encomenda, mas conforme o tema ganhou as ruas ficou evidente que apenas uma minoria de fanáticos e/ou sádicos apoia a continuidade daquele absurdo.
E a melhor mostra de que a fantasia do "golpe" sem soldados ou armas já não engana mais que uma minoria manipulada foi o resultado da recente votação para trancar o processo conduzido pelos ministros não eleitos. O placar avassalador - 315 a 143, 68,7% a 31,2% - fala por si só.
Voz do autoritarismo
Nosso problema é que a minoria maléfica domina uma instância importante do poder e classifica tudo que não atende aos seus interesses como "inconstitucional". Deve rasgar novamente a lei neste caso e desrespeitar o que decidiram os eleitos. Mas estes sabiam que seria assim e foram em frente, o que também é significativo,
Voz dos noveleiros
Mudando de assunto, nós comentamos esses dias que a Globo, na ânsia de defender o regime que a sustenta e demonizar seus adversários, utilizaria o remake de Vale Tudo para transformar a malvadona Odete Roitman em bolsonarista.
O que eles não esperavam é que, como confirma um artigo de hoje do UOL, o público já não se deixa enganar pelos falsos bonzinhos e está gostando da personagem que deveria ser tratada como um monstro. O que deixa a emissora frente a um dilema.
Como a novela está sendo escrita, eles ainda podem obrigar a vilã a fazer malvadezas que a tornem antipática. Mas e se isso não funcionar e ela continuar popular? Não seria melhor aproveitar esse gancho para mudar tudo e tentar conquistar a audiência? Corremos o risco de alguém tentar matar a Odete com uma facada e não conseguir.
Vozes
- Por que o senhor atirou na vítima?
- Legítima defesa, seu delegado, ele era uma pessoa má que queria acabar com minha liberdade e me matar. Eu sou uma pessoa boa, que passarei pouco tempo no umbral porque só me defendi e o calei antes.
- Mas ele nunca fez nada contra o senhor, de onde lhe veio essa ideia?
- As vozes me contaram.
- Ah, o senhor escuta vozes que lhe dizem o que as pessoas pensam e o que vai acontecer no futuro. Mas como o senhor sabe que elas estão certas?
- Não são vozes quaisquer, doutor, são vozes de autoridade. E nós devemos obedecer as autoridades sem pensar porque elas sabem melhor que nós.
- Mas peraí, o cidadão que o senhor alvejou também foi autoridade e o senhor não o respeitava. Eu sou autoridade e estou dizendo, baseado na lei, que o senhor está totalmente errado. Como fica isso?
- O senhor e ele não contam.
- E como o senhor decide quais são as autoridades que contam ou não contam?
- As vozes me dizem.
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