Notícia principal no The New York Times, no The Times, no abertamente esquerdista The Guardian e na versão brasileira do portal alemão DW, ela também é parte de uma análise sobre a relação entre EUA e Ucrânia que abre o Le Monde. Pode-se encontrá-la um pouco mais abaixo até no argentino Clarín. Mas no Brasil...
A Folha citou o tema lá no cantinho e já o retirou do site, Estadão e O Globo nem isso. Quem depender do Consórcio nada saberá sobre a assinatura do acordo que abre a exploração das terras raras à Ucrânia aos EUA, permitindo que esses tenham seus custos com a guerra ressarcidos e garantam o abastecimento desse insumo decisivo.
Mais importante ainda é que o acordo prenuncia o fim da guerra e um futuro de segurança para a Ucrânia, pois atacá-la doravante significará atacar empresas e interesses estratégicos norte-americanos, algo que ninguém tem ou terá condições de fazer até onde nossa vista pode alcançar.
Mas por aqui, nada de nada. O Ex-tadão comemora a eleição do Canadá como prova de que Trump é danoso, a Folha comenta seus riscos para economia americana e mundial em artigos de dois panacas petistas, e o diário carioca escala o comentarista internacional Gu da Chácara para falar da crueldade de Trump.
Antes ele era mau no geral, agora ele é cruel com os transgêneros, obriga-os a informar o sexo verdadeiro nos documentos, não lhes permite participar das FFAA, proíbe os femininos de competir com mulheres de verdade (o que Gu até aceita discutir se o cara fez a transição após a adolescência), é muita crueldade.
Para causar mais peninha, Gu revela que ao levar seus filhos para escola sempre vê três trans entre seus coleguinhas e agora volta para casa com o coração apertado, pensando no que eles terão que passar. A mensagem é que crianças trans existem, a gente sabe, mas essa proporção está alta demais. Tem alguma coisa errado nessa escola, Gu, abre o olho, se eu fosse você tirava os moleques rapidinho de lá.
Tramoia
Eles às vezes batiam cabeça, começou a ficar feio chamar de "golpe", alguns preferiram "ataque à democracia", "atos antidemocráticos" ou algo assim. Mas para bater na anistia, que os apavora, eles precisavam voltar a chamar as velhinhas de golpistas. E ainda restava o problema de uni-las aos kids pretos e o restante da fantasia.
Agora parece que eles chegaram a um acordo e todos passaram a usar "trama golpista". É um nome muito bom, pois indica um processo em andamento e pode ser aplicado indistintamente a qualquer de seus vários estágios.
Pegaram os caras tentando arrombar a porta do banco? Não. Existe indício de que eles compraram um pé de cabra para consumar o assalto? Também não. Mas isso viria, faria parte da trama em construção. No limite você não precisa nem de uma conversa inicial numa mesa de bar, basta acreditar (ou dizer que acredita) que ela existiu.
"Plano" ficaria melhor. Um dos problemas é que nem de plano existe prova, outro é que só planejar não constitui crime, ficaria escancarado demais. Mas o Consórcio não se preocupa com isso porque se sente transmissor da verdade, se identifica como tal. E se revolta se alguém escrever o contrário em seu passaporte.
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