domingo, 25 de maio de 2025

Eles estão entre nós

Nas intrincadas tramas dos antigos filmes de espião - uma das coisas mais legais do tempo da Guerra Fria - os russos em geral acabavam derrotados, mas eram sempre mais ardilosos que seus adversários do Mundo Livre, utilizando-se de técnicas que dominavam com maestria e estratégias que outros não conseguiam copiar.

E isso era parcialmente verdadeiro. Ainda é. A própria KGB fez que foi e não foi, se fingindo de morta e acabando por colocar um dos seus no poder. Os caras continuam dando aula quando se trata de usar venenos e, dizem, agentes especialmente treinados para seduzir alvos importantes e chantageá-los posteriormente.

Mas eles eram mesmo insuperáveis na infiltração de agentes que passavam anos se comportando como cidadãos comuns. Devido à maior vigilância estatal (e a questão étnica em alguns casos), um americano na Rússia chamaria a atenção. Já um russo poderia obter documentos falsos e parecer um descendente de imigrantes normal.

Ainda assim o FBI pegava muitos deles, o que obrigou os russos a abordar indiretamente a questão e enviar seus agentes para países intermediários. O novo destino deveria ser o mais bagunçado possível e abrigar uma população miscigenada, na qual alguém de origem eslava ou centro-asiática seria apenas mais um.

Não sei quando essa decisão foi tomada e se temos concorrência, mas eles nos honraram com a sua escolha. Ultimamente a PF anda pegando alguns desse agentes e os portugueses descobriram que um casal de imigrantes brasileiros que havia obtido a cidadania era formado por russos infiltrados há décadas aqui.

Pode ser bem pior

Se estão pegando alguns é porque muitos continuam soltos. E nem todos estão de passagem. Segundo analistas é o contrário, os russos no Brasil estão infiltrados em diversos escalões de poder, da polícia à política, e mantêm contatos igualmente preocupantes com o crime organizado.

Num episódio que passou meio batido, semanas atrás a polícia obteve gravações em que a filha de um alto integrante do PCC dizia que iria se encontrar com alguém da embaixada russa que poderia mover os pauzinhos para fazer o caso de seu pai ser analisado por um juiz mais flexível.

Na verdade não é juiz que se diz nesse caso, mas ministro. E o tribunal em questão é aquele mesmo que você está pensando. A coisa pode ser bem pior.

Chineses em desvantagem

Quem não têm a mesma possibilidade são os chineses. No Brasil também há descendentes deles, mas não dá para espalhar Josés Ching e Pedros Ling por aí sem que despertar atenção. Isso os têm obrigado a usar a criatividade e buscar caminhos alternativos. Mas nem sempre dá certo:

- Puta que paliu, José, você não podelia pelo menos contlatar uma vagabunda inteligente? 


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