Em editorial de hoje, a Folha reclama que, depois da "farra dos últimos dois anos" e da sua cândida confissão de que em 2027 não sobrará nem a rapa do tacho, o desgoverno se recusa a fazer qualquer ajuste, dedicando-se apenas a omitir despesas com manobras contábeis e criar malandragens como fundos que retiram dinheiro de estatais.
De acordo com o jornal, essa "política irresponsável de expansão de gastos" repete o "padrão de administrações petistas anteriores". E esses "orçamentos paralelos" são "mecanismos heterodoxos" destinados a "burlar até mesmo os limites frouxos do chamado arcabouço fiscal petista".
Ôpa, peraí dona Folha, de injustiça chega a daquele tribunal. Você fez o L e apoiou a série de arbitrariedades que conduziram o descondenado irresponsável à presidência, você defendeu o arcabouço fiscal que agora chama de petista, que qualquer brasileiro de inteligência normal poderia prever que nos levaria ao desastre.
A cara de pau de nossos jornalões é realmente fantástica. Não duvide se, caso consigamos voltar à democracia, dentro de alguns anos seus editoriais festejarem o fim daquele período negro em que a lei não valia mais nada e idosas incapazes de matar uma barata na cozinha podiam ser condenadas por tentativa armada de golpe.
Más intenções
Para criticar a anistia ele voltaram a falar em "golpistas". Mas quando se trata de quem nem batom em estátua passou, o termo agora utilizado é "trama golpista". Houve tentativa de golpe? Não, mas existiram conversas, os acusados bolaram uma trama que tinha a intenção de dar um golpe.
Isso é o que vale na nova lei brasileira: a intenção suposta pelos julgadores, não os fatos. Já era possível reconhecer esse discurso naqueles militantes que diziam que Bolsonaro comprou vacina, mas é como se não tivesse comprado porque tinha a intenção de não comprar. Agora os tribunais descem a esse nível.
Solução do alto
Um país com a máquina ainda mais inchada e mais quebrado, destinado a viver para pagar juros aos banqueiros que controlam o velho pelego sindical. Uma imprensa totalmente acanalhada. Leis que podem ser "interpretadas" dos modos mais absurdos por manipuladores capazes de negar terem dito algo que está gravado em vídeo.
Parece difícil, mas a solução pode ainda vir do alto. Não em termos geográficos, embora os países mais ao norte possam fazer diferença. É o alto do alto, aquele que é levado a sério por gente com quem os pilantras que tomaram o país vivem querendo, sem sucesso, conversar.
A mesma Folha joga para 2032 o momento em que os católicos do país cairão para cerca de 39% da população e os evangélicos chegarão a 40%. E outro artigo do jornal conclui que os católicos que restarem deverão ser cada vez mais próximos dos evangélicos em termos dos chamados valores, que acabam por se refletir na política.
Mantendo a proporção 70-30 das últimas eleições, 28% dos evangélicos apoiarão políticos comprometidos com a liberdade, a honestidade e a eficiência. Se essa proporção subir para 60-40 entre os católicos o problema estará resolvido de vez. É só torcer para o país ainda existir em 2032.
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