Depois de um intervalo de quatro anos de honestidade e competência, eles estão aí de novo. Primeiro foram as estatais e as contas públicas, que entraram em déficit crônico apesar dos aumentos de impostos e recordes de arrecadação. Depois foi a única coisa na qual eles são competentes, que é a velha corrupção.
Tem outros casos, mas esse dos aposentados mais vulneráveis é típico da quadrilha e era o mais fácil de descobrir. Aparentemente é o oposto, pois os descontos autorizados por alguns velhinhos se misturam aos que foram realizados pelos bandidos sem autorização. Mas basta acompanhar a evolução dos números para perceber a falcatrua.
Os descontos totais de aposentados e pensionistas com sindicatos somavam 413 milhões de reais em 2016 e subiram para 604 no último ano do governo Temer. Um aumento de mais de 40% é alto, mas ainda pode ser normal porque coincide com as mudanças da reforma sindical.
No governo Bolsonaro os valores descontados diminuíram consecutivamente nos três primeiros anos e aumentaram no último, após a pandemia, quando se tornaram 14% superiores aos do governo anterior. De novo, pode haver falcatrua no meio disso, mas o percentual não é nada escandaloso.
O escândalo começa com o desgoverno, pois os descontos aumentam nada menos que 84% em 2023 e 215% em 2024, chegando a 2,8 bilhões. Se você comparar esses dois anos de lulopetismo com o final do governo anterior, o acréscimo é de 396%! Isso é falcatrua, é golpe, não há como não perceber.
E tudo fica ainda mais claro quando se sabe que o grande beneficiado pelos descontos é um sindicato comandado pelo irmão do descondenado, o tal Frei Chico - falso frei, como o Betto -, antigo profissional do setor que teria ensinado o caminho das pedras ao mano que teve mais sucesso que ele.
Gente ruim
O problema do petista não é só a corrupção e a incompetência, também tem a maldade. No caso dos prisioneiros políticos ela se manifesta na sua alegria com o sofrimento de inocentes. No golpe dos descontos a maldade extra estava em escolher vítimas entre os mais vulneráveis, preferencialmente analfabetos.
A Paula Schmitt diz que isso não é uma novidade. Quando o pelego corrupto repassou o direito de distribuir os bilhões das aposentadorias para seus amigos/chefes dos bancos privados, em 2007, os lotes mais disputados não foram os que tinham mais aposentados, mas os que tinham mais aposentados analfabetos.
O sujeito é tão podre que não tem nem a decência de respeitar aqueles a quem, juntamente com os bandidos e os patetas, deve sua viabilidade eleitoral. É como se ele dissesse: "Se o cara é burro a ponto de votar de mim, deve ser fácil roubá-lo sem que ele perceba." E nisso ele está certo, é evidente, mas não deixa de ser muito sacana.
Os irmãos às vezes falam mal do pai que lhes dava surras homéricas e depois os abandonou, mas é preciso entender o pobre homem. Gente como eles não fica ruim de repente, o pai deve ter percebido os lixos humanos que havia gerado e tentou corrigi-los, afastando-se pesaroso ao perceber que seus esforços estavam fadados ao fracasso.
Mas tem pai que é cego, eleitor também.
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