Quem disse que o humorismo acabou? Ele só mudou de endereço e hoje sobrevive em locais como o editorial em que o Ex-tadão de hoje critica Bolsonaro por conduzir uma campanha golpista de desmoralização da PGR e do STF. Se ele pensa ser inocente, por que não se defende "nos autos"?, indaga com fingida inocência o editorialista.
Para aumentar o ridículo da reclamação, a principal manchete do jornal na internet é uma entrevista com o ministro Gilmar Mendes, que, como de hábito, fala sobre tudo que lhe vem à cabeça sem esconder seus pré-julgamentos e sem preocupação alguma com os tais "autos".
Mas o tom do editorial não é exatamente cínico, o seu autor parece genuinamente indignado com a atitude do réu que "insiste nas deslegitimação das instituições republicanas (...) para se apresentar ao Brasil e ao mundo como vítima". E este último trechinho nos dá uma possível pista de sua motivação.
A turma do consórcio nunca se preocupou com sua moral no Brasil e nunca pensou que seria desmascarada no exterior. A questão parece ser mesmo o crescente sucesso da exposição de nossa situação "ao mundo". Dá até para a gente visualizar o editorialista rangendo os dentes enquanto assistia por dever de ofício a reunião da CPAC.
E a instância?
Houve uma época em que o Molusco contratou um super-advogado australiano para reclamar de seu julgamento junto aos órgãos internacionais. E na ocasião, acompanhando o noticiário sobre o tema, ficou evidente que um dos principais critérios para determinar se um julgamento é político ou não envolve o direito ao recurso.
Embora dominadas por esquerdistas, essas entidades não conseguiam classificar aquele processo como político porque o réu seria julgado em primeira instância e depois poderia recorrer às instâncias superiores. Nos regimes de força isso não acontece, o julgamento costuma ser único e definitivo.
Pois agora nós temos pessoas sem foro especial sendo julgadas diretamente pela instância mais alta, sem direito a recurso. No entanto, ninguém parece dar muita importância a esse aspecto. Não sei nem se o explicaram adequadamente ao Pedro Vaca, que pertence a uma das entidades que o considerava decisivo.
João da Penha
Seguindo seu roteiro de contínua desmoralização, o STF determinou que a Lei Maria da Penha também deve ser aplicada a casais homossexuais. Mas se a lei foi criada para proteger a mulher que apanha do homem, como fica a situação quando há dois homens ou duas mulheres?
Uma das sugestões vistas por aí é que a vítima será o primeiro a chegar à delegacia. O que é preocupante, pois o outro pode demorar a procurar ajuda porque apanhou demais e não se conseguiu se locomover.
De qualquer modo, homem agora também pode reclamar, desde que não seja hetero. E quem vai mesmo se dar bem é gente como Erika Hilton, um homem que se julga mulher que vive com uma mulher que se julga homem. Hilton poderá sentar a porrada em seu "marido" e ainda apresentar queixa contra o nariz que machucou sua mão.
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