Vale um milhão de dólares. Um estado do sudeste da Índia está oferecendo este valor para quem decifrar a linguagem utilizada na inscrição acima, encontrada em sítios arqueológicos locais, mas oriunda da Civilização Harapeana, que se desenvolveu no Vale do Indo, entre o noroeste da Índia e os atuais Paquistão e Afeganistão.
Nessa área, equivalente às nossas regiões Sul e Sudeste, há registros de aldeias neolíticas desde 7500 AC. E a partir de 3500 AC foram surgindo cidades como Harappa (que deu nome à civilização), Mohenjo-Daro e mais de mil outras que, no auge dessa cultura, entre 2600 e 1900 AC, abrigavam mais de 5 milhões de habitantes.
Essas cidades seguiam um projeto urbano, com largas avenidas e um padrão determinado. Do tamanho dos quarteirões ao dos tijolos utilizados na construção de suas casas, tudo era padronizado nessa civilização que utilizava réguas cuja menor divisão equivale a 1,7 milímetros e pesos a partir de 28 g.
Sistemas de distribuição de água e coleta de esgotos atendiam às residências que, embora com tamanhos diversos, não apresentavam grandes variações entre si. Do mesmo modo, a relativa uniformidade entre artefatos e adornos pessoais de suas ruínas não permitem distinguir ricos e poderosos de pobres e subalternos.
Tampouco foram encontrados túmulos grandiosos, palácios, templos e outras representações de centros de poder. Com isso, permanece a dúvida sobre a forma de governo e de culto adotados por esse povo que, como indicam suas muralhas baixas, sem funções defensivas, mantinha boas relações com os habitantes das montanhas e colinas ao redor.
Era desses locais próximos que vinham os minerais e pedras como cobre, jade, lápis-lazúli e turquesa, que os harapeanos trabalhavam com maestria e, juntamente com produtos agrícolas, comercializavam por via marítima com povos como os sumérios, acadianos e egípcios.
Por que acabou?
Tudo estava indo muito bem, mas, de acordo com as datações atualmente aceitas, por volta de 1800 AC surgiram sinais de declínio e cerca de anos depois a maioria daquelas aprazíveis cidades já havia sido abandonada. O que teria acontecido?
Uma invasão dos agressivos arianos vindos da Ásia Central? A chegada de conquistadores costumava ser a primeira hipótese para explicar o fim relativamente abrupto de civilizações e os arianos se encaixavam no perfil destruidor. Mas nada prova que eles têm algo a ver com isso e de uns tempos para cá a moda é culpar as mudanças climáticas causadas por secas, terremotos e catástrofes equivalentes.
O clima parece ser mesmo o responsável, mas não se tem certeza de nada. Se você desvendar a linguagem dos harapeanos talvez encontre a verdadeira explicação. E ainda vai ganhar um milhão de dólares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário