sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Rá!

Nem a Baby Consuelo dos velhos tempos faria melhor. A começar (foneticamente) pelo próprio RÁdad, tudo o que vem da ekipekonômica é repleto de RÁs. O desgoverno se manifestaRÁ, a medida economizaRÁ, o dólar se estabilizaRÁ e assim por diante. Tudo, um dia, aconteceRÁ.

É claro que nada do que eles dizem se concretizará - outro RÁ! É a lógica implícita no Arcabouço Fiscal, aquela licença para um semianalfabeto corrupto e incompetente gastar hoje mediante a promessa de que acertará (ops) a conta no ano seguinte. Como o ano seguinte é sempre o próximo, era fácil prever o que aconteceria (ufa).  

O problema é que o RÁ tem seu poder. A imprensa comprada finge que acredita no futuro em troca do dinheiro que recebe no presente, manipulando a jumentada que come picanha na promessa eleitoral e pescoço de frango no conselho presidencial, mas continua a acreditar que tudo o que quer o desgoverno ainda lhe dará.

Até quando? O Thomas Green Morton - pós-boomers, pesquisem - teve seus anos de glória antes de seus adeptos perceberem que eram eles os detentores do poder que atribuíam ao guru. Pode ser mais difícil no caso da turma do bolo no balde, mas a tendência é que esses ilusionistas acabem sendo desmascarados.    

Algo que nos dá esperança é que eles podem ter operadores que agem temporariamente em seu nome, mas não conseguem deixar herdeiros capazes de repetir sua mágica. Pergunte ao Barroso quem é o sucessor do seu idolatrado João de Deus e ele não saberá lhe responder - não civilizadamente, pelo menos.

RÁdad é um operador, todos ali são, nenhum está à altura do mestre. E não, não tememos que a ausência do "líder espiritual" seja suprida pelo aumento do stalinismo jurídico que hoje o complementa. O próprio Stalin se ancorava no "espiritualismo" impessoal do socialismo, onde isso depende de uma pessoa se vai com ela.

Por enquanto o RÁ ainda funciona, mas é questão de tempo para ele não iludir mais ninguém. Com as devidas exceções, é evidente, pois sempre restarão aqueles que contarão aos netos as histórias dos bons tempos em que os baldes voltavam cheios de bolo e eles quase fizeram churrasco de picanha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário