"Depois do Conselho Federal de Medicina, bolsonarismo busca ampliar espaços na OAB" diz a chamada de O Globo. "Para se contrapor ao Judiciário", acrescenta o título da matéria que chega a ser divertida em sua tentativa de esconder a politização à esquerda que há décadas tem sido a norma da entidade.
Para quem escreveu o artigo, o "Judiciário" (STF) não está cometendo abusos que incluem o desrespeito às prerrogativas dos advogados e a OAB cumpre suas funções ao agir como as organizações de esquerda que validam tudo o que lá acontece. O abuso estaria sendo cometido pelos que classificam candidatos "de esquerda" como tal.
Mas se não há exageros do Judiciário ou aparelhamento da ordem à esquerda, por que o jornal se preocupa? Será que ele imagina que os advogados, que lidam profissionalmente com a mentira a cada passo, não serão capazes de identificá-la justamente numa campanha eleitoral?
O uso do cachimbo deixa a boca torta. Acostumado a tratar a propaganda à esquerda como natural e a feita à direita como desinformação de fake news ou coisa do tipo, o jornalão não sabe bem como aplicar o mesmo truque quando não consegue apresentar o eleitorado como um bando de ingênuos manipulados pelas redes sociais.
A grande diferença para o discurso padrão é a substituição de "redes sociais" por "Bolsonaro". Boa parte da matéria se limita a relatar que ele deu entrevistas em algumas capitais, pedindo votos para alguns candidatos e dizendo que outros são militantes de esquerda.
Mas o direitista malvado não pode dar sua opinião? E os advogados são obrigados a segui-la? Depois dos zaps hipnóticos inventados pela autodenominada "putinha do PT", teríamos agora as entrevistas hipnóticas que conduzem os pobres causídicos como o flautista conduziu as criancinhas?
Como percebe que ficaria completamente ridículo levar o raciocínio até o fim, o autor da matéria para no meio e se limita a reclamar da politização das eleições (dessas, é evidente, não das anteriores). Também é ridículo, mas um pouco menos. Como as provas estão contra ele, foi a linha de defesa que lhe restou.
Escravos
Para não ficar atrás no campeonato de ridicularias, a Folha aproveita a consciência negra para informar que a abolição se deu em 1888, mas os negros foram informalmente proibidos de votar durante quase um século, até 1985.
O que teria acontecido? As organizações racistas atacavam os negros que se dirigiam às urnas, os fiscais não os deixavam entrar nas seções? Não, nada disso. A militante ouvida pelo jornal explica que o voto era proibido aos analfabetos até 1985. E como havia negros analfabetos...
Esse pessoal tem problemas.
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