Com corpos estreitos e longos, com até três ou mais metros de comprimento, o peixe-remo é um bicho feio pra caramba. Mas a chance de você dar de cara com um é muito pequena porque eles normalmente vivem em uma área das profundezas do oceano que a luz solar não alcança.
Comprovando essa raridade não mais que vinte deles foram encontrados encalhados no litoral da Califórnia de 1901 para cá. Porém isso mudou no último ano, com dois exemplares da espécie aparecendo na região com diferença de poucos meses.
São as alterações climáticas causadas pelo ser humano, alguns já se apressaram a dizer. E até pode ser essa a causa, mas a questão é que o peixe-remo é considerado um arauto de desgraças, um pressagiador de desastres. Em 2011, por exemplo, o grande terremoto do Japão foi precedido pela aparição de várias dessas criaturas.
Sua fama pode ser apenas superstição, mas dá um calafrio vê-las na Califórnia, estado que está sobre a Falha de San Andreas e pode a qualquer instante sofrer um terremoto arrasador, capaz até mesmo, segundo alguns, de fazer submergir boa parte do estado.
Seria uma catástrofe sem precedentes.
Imagine então para os democratas. Como as áreas costeiras seriam as mais atingidas, seu eleitorado seria dizimado da noite para o dia, o estado perderia delegados e deputados, que são definidos de acordo com a população. E provavelmente passaria a ser dominado pelos republicanos, que predominam no seu interior.
Para piorar, a tragédia seria vista como um castigo divino pelos rednecks que frequentam as igrejas dos pastores trumpistas, reforçando a necessidade de eliminar o quanto antes as mudanças de sexo, as escolhas de pronomes e o restante da ideologia woke que tanto prosperou na Costa Oeste.
Mas é melhor a gente não brincar com essas coisas. Não é o problema de atrair, é de alguém levar a sério e querer responsabilizar o Trump pela aparição dos peixes estranhos. Ou de reabrirem o inquérito da importunação da baleia para dizer que a culpa é de Bolsonaro.
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