sábado, 5 de outubro de 2024

Reflexos culturais

Para quem está na cidade de São Paulo, fica a dica. Daqui a pouco, às 10 da manhã, o candidato Boulos deve fazer uma caminhada na avenida Paulista com seu padrinho político e ex-presidiário favorito. A dica é para não passar por lá, pois devem ter lotado a área de seguranças e militantes.

Ao que tudo indica, não será dessa vez que veremos o grande líder popular andando em meio à população comum e recebendo seu caloroso apoio. De qualquer maneira, será interessante ver quantos quarteirões (ou metros) eles se arriscarão a percorrer. Desconfio que não serão muitos.

E a última bomba da eleição é o laudo médico que comprovaria a internação do psolista por uso de cocaína. Aparentemente tudo é falso, até o médico que assina o laudo já morreu. Mas não deixa de ser bonito ver a extrema esquerda tendo que se explicar e não dá para negar que o Marçal agitou a eleição.

Voto eletrônico

Falso por falso, melhor algo aberto como o laudo do invasor do que enrolations como a matéria assinada por Giulia Granchi e Mariana Sanches, "da BBC News Brasil em Londres e em Washington". Seu título é: "Que países usam voto eletrônico além do Brasil?"

As autoras informam, corretamente, que "pelo menos 20 países" utilizam ou utilizaram esse tipo de votação, mas nenhum de forma tão abrangente como nós. E acrescentam, também corretamente, que o voto eletrônico é usado em pontos isolados de nações como Índia, EUA, França e Bélgica.

A Noruega chegou a utilizar, mas voltou atrás. A Alemanha pensou em utilizar, mas desistiu quando viu que a população não confiava no sistema. Cada país utiliza uma tecnologia diferente. Um sujeito do TSE declarou (em 2022) que "cada país tem um sistema eleitoral que reflete sua cultura".

E fica nisso. As duas jornalistas não deram um pio sobre a questão realmente importante, que é a impressão do voto para fins de auditoria. Quantos países usam o sistema eletrônico como única opção e sem comprovante físico? Elas esqueceram de dizer, mas a gente lembra: só dois, Brasil e Butão.

Se é verdade o que disse o cara do TSE, quem diria que nós temos uma cultura semelhante à do pequeno reino asiático? E quem diria que você precisa reunir os esforços de correspondentes "em Londres e em Washington" para escrever um lixo desses. Deve estar sobrando verba na BBC News Brasil.


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