Guardei os números do Datafolha de 22 de agosto sobre a eleição em São Paulo. Segundo o instituto, há um mês e meio 48% dos eleitores rejeitavam um candidato apoiado por Lule, porém 42% se consideravam petistas, com 14% tendendo em algum grau ao petismo e 28% assumindo seu petismo radical.
Como Boulos foi apoiado por Lule e teve 29%, deve ter levado os 28% de petistas radicais mais um ponto percentual pertencente aos radicais do próprio PSOL, que devem existir. O único dado meio fora da curva é que nenhum tendente ao petismo votou nele. Nenhum. O "professor" é mesmo um radical.
A situação de Bolsonaro era bem pior. O bolsonarismo empolgava apenas 28% dos eleitores, que se dividiam entre 8% tendentes e 20% radicais. E ninguém desejaria seu apoio, pois nada menos que 63% dos paulistanos se recusavam a votar em um candidato remotamente ligado ao seu nome.
Aí é que a porca da pesquisa foicista torce o rabo, pois você poderia dizer que Nunes levou os 20% radicais e (mais 9% de tendentes ao bolsonarismo ou de outros cantos), mas teria dificuldade para explicar como o hiperdireitista Marçal chegou a 28% dividindo o eleitorado bolsonarista com o atual prefeito.
Teria sido o milagre da multiplicação dos bolsonaristas? Talvez, mas como pesquisa é uma coisa extremamente científica nós temos que explicar os fatos dentro das suas regras. Temos que descobrir o que fizeram os 23% que se diziam centristas e os restantes 7% que não se consideram nada de nada.
Bem, basta considerar que, juntos, Nunes e Marçal receberam quase 58% dos votos, o que vem a ser a soma de bolsonaristas radicais (20), bolsonaristas maromeno (8), centristas (23) e nada de nada (7). Para Tabata, Datena e os demais (inclusive Marina Helena) sobraram os 14 de tendentes ao petismo.
Só pode ser isso, pois é inconcebível imaginar que a pesquisa Datafolha era uma fajutice encomendada pela esquerda. E a parte dos 63% de antibolsonaristas que acabou apoiando candidatos de direita deve ter sido enganada pelas fake news das redes sociais. Só pode.
Assim, fiquem tranquilos irmãos da esquerda. No segundo turno as coisas ficarão mais claras e o professor Boulos poderá mostrar que o seu adversário é o candidato bolsonarista que 63% dos paulistanos não querem. É vitória garantida. Ou isso ou esta é a última vez em que você ouvirá falar da pesquisa Datafolha de agosto de 2024.
30% não votam em ninguém
Na média nacional tivemos quase 22% de abstenção e uns 10% de voto nulo ou em branco. Com isso, como tem sido normal, cerca de 30% dos eleitores não escolheram ninguém. Para quem faz pesquisa falsa é uma boa. Você pode dizer que seu número deu ruim porque o não-voto se concentrou por algum motivo em certo eleitorado.
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