Cedo ou tarde, o desonesto intelectual acaba por tropeçar nas próprias palavras. Alguns até tropeçam sem dizer nada, adotando um silêncio que se torna ainda mais eloquente quando se trata de alguém que aproveita qualquer oportunidade para subir ao palco e ser o centro das atenções.
Esse é o caso dos loquazes ministros de uma certa corte, que não abrem o bico desde que a fraude eleitoral do Maduro ficou evidente. O mais boquirroto deles ainda tentou dizer que o problema de lá era o voto impresso, mas calou-se ao perceber que todos viam que isso era um problema para o fraudador, não para quem quer eleições limpas.
Mais comum é essa turma ser desmentida pelos habituais defensores de suas barbaridades. Num exemplo disso, eles costumam dizer que não precisa recontar nada porque o seu sistema é perfeito. Porém, na ânsia de parecer democrata, Eduardo Guimarães, blogueiro do 247, acabou escrevendo:
Equivoca-se quem acha que Maduro venceu e, portanto, não tem que dar satisfação a ninguém. Isso só acontece em ditaduras. Nas democracias, todos os candidatos derrotados têm direito a exigir a recontagem dos votos.
E aquela história de que quem acusa a fraude precisa prová-la? A gente cansou de dizer que isso é conversa engana-gado que não se aplica a quem guarda algo de outro, como um banco faz com seu dinheiro ou o TSE com seu voto. E quem agora concorda conosco é Tia Reinalda, a mais famosa transpolítica do país:
Amorim é um homem douto, culto, mas confunde direito penal com direito eleitoral. No primeiro caso, o ônus da prova é de quem acusa. No segundo, nem se cuida de falar de "ônus" propriamente. Trata-se de uma obrigação do órgão certificador da vitória dispor dos elementos que justifiquem tal certificação. Onde eles estão?
Claro que não se pode exigir muito de titia. No mesmo artigo ela volta a tomar a parte pelo todo e se refere apenas à soma dos boletins de urna para mentir que os dados referentes à votação estão integralmente disponíveis no Brasil. Mas vê-la desmascarar uma das reiteradas falsidades do pessoal do voto inauditável já é alguma coisa.
Tem mais, tem mais, a Venezuela tem mexido com os militantes de redação. Até o ultralulista Ricardo Kotscho andou confessando que Chavez não pedia para o Molusco recebê-lo, mas embarcava no avião e ordenava pelo telefone. A lenda do estadista respeitado, que o próprio Kotscho gostava de espalhar, nunca passou de balela.
Também na cidade
O que acontece a nível internacional se repete no municipal, onde tivemos a oportunidade de ver o MBL defender o voto útil no atual prefeito de São Paulo sob o duplo argumento de que isso não significa uma adesão acrítica e não se pode entregar a cidade à extrema esquerda autoritária representada por Boulos.
Clap, clap, clap, está certíssimo. Mas quando se tratava do país, que é muito mais importante, o movimento defendia exatamente o contrário. Se fosse coerente deveria pedir o impeachment do Nunes e trabalhar pela eleição do Boulos, para destruir a direita imperfeita e deixar o caminho livre para a "verdadeira direita".
Seus líderes podem agora inventar a desculpa furada que quiserem, mas estarão discutindo com eles mesmos. Tropeçaram nas próprias palavras.
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