O projeto provavelmente será abandonado depois de desviar algumas centenas de milhões dos cofres públicos para alguma empresa controlada por companheiros, mas a ideia de criar um "zap petista" - oficialmente: uma plataforma de mensagens nacional - tem suas vantagens.
Imagine o gado petista que defende a censura e, portanto, quer que alguém decida por ele o que ler ou ver. Seus problemas acabariam, pois o novo zap seria controlado pelo partido e não permitiria que seus inimigos o inundassem com o que lhe ensinaram a chamar de "mensagens de ódio" e "desinformação".
Seria o fim da angústia de pensar por si mesmo, enfrentar informações conflitantes ou fugir de discussões. Interagindo com parceiros do mesmo nível e tratando apenas de temas aprovados pela cúpula que idolatra, ele se sentiria à vontade na internet pela primeira vez. Censura para quem gosta de censura. E os outros continuam onde estão.
Marçal
Três dos quatro colunistas que abrem a página de O Globo na internet citam o nome de Pablo Marçal em suas chamadas. O sujeito se abriga no modestíssimo PRTB e é candidato a prefeito em outra cidade, mas mesmo assim consegue esse destaque num jornal carioca! Não há dúvida de que ele é um fenômeno.
Naturalmente, já querem retirá-lo do jogo. Um dos motivos, vi no UOL, é que ele declarou que paga para repassarem o que joga na internet. Isso foi antes de ser candidato e nada prova que conteúdos políticos estejam sendo remunerados, mas você sabe como é, basta alguém dizer que ele tem essa intenção para cortar seu pescoço.
Apesar disso, decidiram agir tarde demais. Mesmo que o retirem dessa eleição ele poderá continuar batendo no açucarado que o sistemão pretendia preferencialmente eleger. E seu caminho para uma próxima candidatura estará pavimentado pela injustiça sofrida. Senador em 2026?
Bolsonaristas sem Bolsonaro
Segundo dizem, a novidade do mercado político são os eleitores que seguiam as orientações políticas de Bolsonaro, mas não pretendem fazê-lo na eleição para prefeito de São Paulo, deixando Nunes para apoiar Marçal.
Seria esse o começo do fim? Depois de todas as tentativas infrutíferas da imprensa, teria Pablo Marçal abalado o prestígio do Mito junto a seus apoiadores? Nada disso, o pessoal que adota essa postura não pretende segui-lo nesse caso específico, mas continua a tratá-lo como símbolo maior da luta contra o regime.
A má notícia para quem sonhava com o contrário é que o apoio a Bolsonaro não é a paixão cega que seus inimigos imaginavam, mas uma simpatia mesclada a uma aposta racional de longo prazo. Seu eleitor típico tem independência suficiente para contestá-lo no que julgar necessário. O gado, como a gente sempre disse, está do lado de lá.
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