Ontem, falando sobre os entreveros que de vez em quando ocorrem na Câmara, um deputado sugeriu que os briguentos resolvessem suas diferenças num octógono, um ringue criado especialmente para este fim. A proposta não foi feita a sério, mas fez lembrar outra que bem poderia prosperar.
Parece mentira, mas nos anos 70 você podia andar de madrugada no Rio de Janeiro enquanto Nova York era o símbolo máximo da grande cidade perigosa. Gangs negras no Harlem, mafiosos em todo canto, assaltantes armados de navalha, policiais corruptos... era uma ameaça atrás da outra, mesmo fora do Bronx.
Pois esses problemas seriam evitados se em 1969 os novaiorquinos tivessem elegido Norman Mailer, o invejado e polêmico escritor. Sua solução para a segurança era simples e envolvia sua experiência com espetáculos, pois Mailer também foi diretor de cinema e fez pontas como ator.
Tem gente que gosta de usar violência? Pois bem, cada qual com suas preferências, vamos recuperar a ideia das antigas arenas romanas e deixemos que os violentos lutem uns com os outros frente às multidões que lotariam os modernos coliseus ou assistiriam as lutas ao vivo pela TV.
Note que a ideia não era acabar com o crime. Corruptos, ladrões, batedores de carteira e vigaristas em geral não seriam afetados pela medida. A maioria de nossos políticos não teria nada a temer se implementasse algo assim por aqui. E imagine como as coisas mudariam se uma lei dessas vigorasse entre nós.
Arenas nós temos as construídas para a Copa, os carrinhos para carregar os corpos também, só teríamos que obrigar os modernos gladiadores a usarem chuteiras para não estragar a grama, pois para limpar o sangue bastaria ligar os sistemas de irrigação já existentes.
Com a infraestrutura adequada, restaria pensar no espetáculo. Lutas de campo inteiro entre membros de duas facções criminosas, dramáticos duelos singulares limitados ao círculo central, sorteios públicos para escolher os contendores, programas mostrando os bastidores da competição, as opções seriam inúmeras.
Para incentivar o pessoal, poderíamos dividir os criminosos em grupos de 50 ou 100 e libertar o sobrevivente ao final. É claro que o liberto seria um dos mais perigosos da turma, mas os colegas dos que ele eliminou nas diversas etapas do concurso logo o pegariam em alguma esquina.
Ainda haveria o ganho com prisões mais tranquilas, ruas mais seguras e vidas inocentes preservadas. E o valor dos patrocínios milionários, pois a audiência dos espetáculos seria certamente maciça, ninguém resistiria a dar uma espiadinha nesse novo BBB.
Mas se o Congresso aprovasse algo nesse sentido, o STF logo anularia a nova lei. Alguém como o Dino só aceita que os bandidos se matem em Pedrinhas, jamais com hora marcada e transmissão ao vivo. Precisaríamos de um Bukele mais radical para implementar a solução.
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