Imagine o que passou pela cabeça do coitado que realmente acreditou nas promessas do ex-presidiário. O sujeito já não via melhoria alguma na saúde, educação ou segurança. Estava pagando mais caro por tudo. Descobriu que a Janja mentiu e era ele, não a empresa, que bancaria o imposto da blusinha. Só lhe restava o churrasquinho.
E aí, depois dos petistas defenderem o aumento da cervejinha que acompanharia a picanha, o próprio Expre ligou o gerador de lero-lero e declarou que "carne de rico" tem que pagar mais imposto para deixar o "frango do pobre" baratinho. Da promessa inicial sobrou, por enquanto, a farinha.
Procurei os habituais defensores do chefão, mas todos estavam falando de outra coisa. Não duvido, no entanto, que mais à frente eles comecem a defender as vantagens nutricionais da carne de frango e a delícia que é reunir a família para comer aquela asinha passada na farofa que só a vovó sabe fazer.
Tudo sem bebida alcoólica, que é para não ter risco de sair briga de soco entre cunhados e porque Deus não gosta que o homem se embriague (tem que aproveitar para tentar falar com os evangélicos). E sem refrigerante, que deixa a pessoa obesa e faz mal para a saúde. Um Ki-Suco pra quem não quer água pura.
Fantástico
Tempos atrás, um "intelectual" petista lançou a tese de que os pobres estão com seu ídolo e ficam cada vez mais felizes quanto mais melhorias este lhes oferece, mas quem melhora mais um pouquinho e ultrapassa uma linha mágica se transforma num bolsonarista infeliz e ressentido.
Parece estranho a princípio, mas é assim mesmo que eles pensam: o pobre deve continuar na caixinha do pobre, dentro da qual o petista o moverá para uma posição mais confortável, nada além disso.
Na hora das promessas o discurso foge um pouco desse cenário e o pobre vai mudar radicalmente de vida, ter um filho doutor, comer picanha todo final de semana etc. Passada a eleição a conversa muda e o sujeito tem que ouvir que é pobre e precisa se contentar em comer comida de pobre.
O fantástico do subtítulo se refere ao fato de existir tanta gente que ainda aceita isso bovinamente depois da história se repetir por décadas. É como se o pessoal gostasse mesmo de ser enganado.
Cadê ela?
Falamos acima da Janja e ela anda sumida. Talvez esteja atuando no gabinete do ódio ("da ousadia"), mas foi retirada do palco. Tudo indica que não deu muito certo a tentativa de transformá-la numa figura querida e popular. Mais uma picanha que acabou virando carne de galinha.
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