Jogos de cena

Que confusão virou a fake news da Globo sobre as autuações da ANTT! Primeiro, Estadão e Folha saíram em socorro da amiguinha, com pedras na mão contra o Marçal e o SBT. O desgoverno também deve ter pressionado nos bastidores e a emissora do Sílvio "despublicou" a denúncia. Mas depois tudo mudou.

Acompanhei por alto, vendo notinhas do X. O SBT teria republicado a notícia, os caras devem ter lembrado que isso poderia ser usado até no Congresso americano, onde a ditadura petista está em análise. E Folha e Estadão mudaram de lado, mas omitindo que as denúncias surgiram na internet.

A Folha chegou a criticar a mentira petista sobre o auxílio uruguaio. E hoje é a vez do Estadão lançar um editorial cujo título parece fazer uma referência ao velho CCC com sinal trocado: "Comando de caça aos traidores".

No artigo, o jornalão afirma que o petismo "se aproveita da tragédia no Sul para intimidar seus críticos" e conta que o ministro Paulo Pimenta quer "prender todo mundo". Mas os "crimes" que o petista pretende punir são apenas críticas. Como sentencia o editorialista com majestade:

Não há o tipo penal das "fake news" ou "desinformação". Opiniões repulsivas ou errôneas, e mesmo mentiras, não são crimes.

É óbvio, nunca houve. Mas que mudança! Nem parece o mesmo jornal que tempos atrás estava fechado com o desgoverno e defendendo a aprovação do PL da Censura. A gente fica com a impressão de que eles estavam sob efeito de alguma substância alucinógena e agora recuperaram a sobriedade.

Menos mal que, percebendo que estavam por ser ridicularizados a nível internacional, tenham decidido mudar (obrigado Elon, obrigado Congresso). Mas isso só comprova que estavam mentindo deliberadamente antes e podem ser tudo menos confiáveis.

Teatro ambiental

Esse é o título de outro editorial do Estadão de hoje, dedicado a demonstrar que "a escalada dos incêndios na Amazônia é só mais um indício de que a cenografia de Lule para disfarçar a distância entre as promessas e a ação está em processo acelerado de desmoralização".

Embora criticando Bolsonaro para manter as aparências, o jornalão não consegue esconder o desastre lulopetista na questão ambiental. Não em relação às enchentes, mas a questões clássicas como queimadas e desmatamento da Amazônia.

Outra coisa que se sabia, mas que os jornais que tanto escândalo faziam no governo anterior pareciam ter esquecido. Aqui também estão mudando, ficaram sérios de repente? É bom que falem a verdade, mas na sua seriedade não dá mais para acreditar. Podem estar trocando de papel por interesse momentâneo, mas tudo ali é teatro.