Ainda não vi nenhuma propaganda da "Fé no Brasil", nova campanha dos marqueteiros petistas para convencer o eleitorado evangélico de que o abortista que apoia ditaduras assassinas e se envolveu em escândalos de bilhões é um sujeito religioso, que vive pensando em Deus e acredita em milagres.
Mas ele já está no embalo da campanha. Ontem, falando para sua claque cuidadosamente escolhida durante a inauguração de uma estação elevatória de água do São Francisco, o cara se referiu a dois milagres. Um seria a chegada da água ao sertão. O outro seria ele mesmo, ou o pessoal ter acreditado e votado em alguém como ele.
O primeiro não é milagre, Expre, bastou o Bolsonaro tocar a obra que você enrolava há mais de uma década para felicidade das empreiteiras amigas. O segundo sim, ter quem ainda acredite e vote em você é algo meio sobrenatural. Mas a coisa parece mais próxima de um feitiço maligno do que de um milagre.
De qualquer modo, como o feitiço foi reforçado pelos magos de capa preta e continua dando certo, ele voltou a recitar seu antigo abracadabra, falando da pobreza que explora como se fosse parte dela. Disse aquele que só frequenta os hotéis e restaurantes mais luxuosos e só usa camisetas que custam milhares de reais:
A gente não fez opção para ser pobre, não quer ser pobre, não quer comer mal, não quer trabalhar mal, não quer ganhar mal, não quer se vestir mal, não quer estudar mal. A gente nasceu para querer todas as coisas boas que Deus nos ensinou a produzir.
Comer mal? E a picanha com cervejinha? Ah, era mentira como praticamente tudo que vem daí. Mas ele, no mesmo evento, sustentou que os mentirosos são os outros. Sim, ele parece estar falando do noticiário da Globo, mas se refere às críticas que recebe através das redes sociais:
Eu vejo a fábrica de fake news que vocês acompanham. Parece um bando de lixo, uma fossa, que só prega ódio, só falsidade, inventa mentira todo dia que a gente não pode acreditar. Porque Deus não é mentira. Deus é a verdade e ninguém pode utilizar o nome de Deus em vão.
Disse o camarada sem se dar conta de que havia citado quatro vezes o nome em vão. Ou sem que o eleitor no qual ele mira, tipicamente um palerma com dificuldade para raciocinar, tenha se dado conta. Mas a questão é que esse eleitor já está quase todo com ele, sua campanha e seu novo discurso conseguirão conquistar mais alguém?
Ele é um bom ator, sem dúvida, mas é daqueles que ficou marcado por interpretar o mesmo personagem no seriado. O papel de homem religioso não combina com seu histórico e com seu estilo, ele parece falso como o mauricinho que tenta parecer "popular" para se enturmar no boteco.
A falsidade está muito escancarada, acho que não vai rolar. Pode ficar até pior quando as redes começarem a lembrar quem ele realmente é e compararem o discurso de agora com o que ele usava até ontem. É cada vez menor o número de pessoas que ele ainda consegue enganar.
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