Foi só saber que estavam querendo chamar o Conselho Tutelar para ela mudar. Começou a dar banho nas crianças, deixou de levar vagabundo pra casa, parou com a birita e o funk de madrugada, trocou o shortinho pelo vestido comportado... passou até a falar em Deus e milagres para fingir que tinha virado evangélica.
Dona Imprensa é malandra. Enquanto pensava que estava tudo em casa, aprontava sem parar. Se um dos filhos que já tinha discernimento reclamasse, ela o chamava de bolsonarista e ameaçava mandar o amante do dia prendê-lo no quarto escuro. Mas quando viu que estava virando assunto dos vizinhos, decidiu maneirar.
Há cerca de um mês, os filhos que conseguiram sair de casa se reuniram com os congressistas dos EUA e apareceram no Tucker Carlson. O caminho para mostrar ao mundo as barbaridades que aqui aconteciam parecia longo. Mas a entrada do Elon Musk acelerou o processo. E a imprensa nativa teve que se adaptar.
Num país repleto de palermas paulofreirizados e capazes de votar em ladrão, dá para chamar uma discussão sobre mecanismos constitucionais de tentativa de golpe. Mas você vai virar piada se souberem disso num lugar em que o nível educacional permite que todos acompanhem o raciocínio dos "bolsonaristas".
E o golpe das velhinhas com Bíblia? Aquele em que pessoas desarmadas foram condenadas por "tentativa armada" em julgamentos repletos de excentricidades. Só 18% da população acreditou na história. Forçando a barra, o Datafolha subiu o índice para 30%. Mas já era pouco aqui dentro, imagine lá fora.
O caráter dos que controlam nossos jornalões não sofreu nenhuma alteração, é óbvio. Mas ao perceberem a proporção que as coisas estavam tomando, eles concluíram que não adiantava continuar bancando a avestruz e, para não colocar o esmalte das unhas em risco, decidiram oferecer alguns poucos anéis.
Foi assim que, ontem, tanto Folha como Estadão lançaram editoriais em que, como se tivessem descoberto subitamente algo até então oculto, criticam a censura "do Alexandre de Moraes". Em O Globo isso não foi oficial, mas colunistas antigos como Carlos Sardenberg escreveram artigos na mesma linha.
Não se pode punir alguém por fake news porque a lei não define o que é isso, eles dizem. Não se pode proibir a livre manifestação do pensamento, ninguém pode impor seus critérios do que é certo ou errado aos demais. Tudo aquilo que os "bolsonaristas" repetiram durante cinco anos, eles perceberam agora.
A cara de pau é fantástica. Resta saber se isso se manterá e como reagirão os palermas que "se informam" através dessa gente. Mudarão junto, mantendo o hábito de repetir como papagaios o que leem? Ou sua estupidez chegou a um ponto sem retorno e continuarão a chamar censura de liberdade e opressão de democracia?
Para terminar, outra coisa que os bolsonaristas avisaram antes e os jornalões estão começando a descobrir. O "arcabouço fiscal" não era sério, a história de que o déficit de um ano seria corrigido no seguinte era outra desonestidade dos incompetentes que não sabem administrar e só queriam uma licença para gastar sem freio.
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