No momento em que vemos nossa mídia comemorando a Revolução dos Cravos é oportuno recordar que esta foi... um golpe militar. Um golpe duplo, pois perpetrado por oficiais de patente inferior que desobedeceram aos generais, porém festejado porque derrubou a ditadura e restabeleceu a democracia em Portugal.
Era praticamente isso o que pediam aqui as faixas de "intervenção militar constitucional": uma ação que preservasse nossa democracia contra a nascente ditadura de estilo bolivariano (baseada na manipulação do Judiciário e das eleições) que se fortaleceria caso a extrema esquerda chegasse ao Executivo.
No entanto, o tratamento dado aos dois casos é radicalmente distinto. Para a maioria da nossa mídia os milicos portugueses podiam desobedecer aos generais e derrubar o governo, mas pedir que os brasileiros fizessem o mesmo (ou apenas pensar nisso) seria um crime hediondo e deveria ser punido com décadas de cadeia.
É fato que eles dizem que o risco à democracia era Bolsonaro. Mas também é verdade que não conseguem mostrar um só exemplo de suas medidas autoritárias ou explicar por que ele foi o primeiro ditador da história a ter correligionários censurados e presos ao arrepio da lei enquanto estava no poder. Ou seja, eles mentem.
No final, tivemos uma eleição conduzida por juízes que confessaram despudoradamente sua preferência por um lado. Mesmo que suas ações talvez não fossem tão opressivas quanto o governo de Marcelo Caetano, a incoerência dessa mídia foi escancarada e deixou claro o quanto o seu amor pela democracia é falso.
Teve que fugir
Persona non grata oficial em Israel, ele agora também o é extraoficialmente em Portugal. Não chegou a ser impedido de entrar no país como aconteceria caso o Chega tivesse vencido as eleições, mas o fato de ser quase tão conhecido lá como aqui o obriga a se comportar da mesma forma e fugir do contato com o povo.
Já foi diferente, ele fazia questão de se pavonear por lá a cada 25 de abril. Mas é como diz o ditado, não se pode enganar todo o mundo durante todo o tempo. Os portugueses também perceberam quem é o sujeito e hoje o receberiam como merece se tivesse coragem de aparecer.
Antigamente
No tempo em que ainda viajava a Portugal, teve um dia em que o Nine se sentiu mal e foi ao médico. Ao saber que lhe seria aplicada uma injeção, ele ficou preocupado.
- Essa não é daquelas que dói, né doutoire?
- Vai doer um pouco agora, mas mais tarde o senhor não vai sentir nada.
- Então eu volto pra aplicar mais tarde.
Na manhã seguinte, já curado, ele decidiu tomar uma cervejinha para espairecer. Entrou no boteco e pediu uma gelada, mas o garçom respondeu:
- Infelizmente não posso atendê-lo porque estamos sem energia elétrica.
- E daí, ó gajo? Eu vim aqui pra tomar cerveja, não choque.
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