Deve ser porque hoje é o Dia da Mulher e ele é homem, mas a grande imprensa decidiu que a libertação do deputado capixaba Capitão Assumção só precisava ser noticiada durante a madrugada em notas de portais como UOL e G1, que estão sempre jogando novos temas em sua tela principal.
Um deputado preso de modo irregular! Deveria dar manchete nos jornalões. Mas foi tão rápido que aquele sujeito que só se "informa" pela mídia subserviente ao regime pode ser levado a pensar, como essa mídia lhe ensinou a fazer, que tudo deve ser fake news de "influencers bolsonaristas".
E a história pode não terminar aqui. Com base em casos similares, é provável que inventem novas acusações contra o deputado. Aliás, ele matou ou roubou alguém? Não, ele falou e escreveu, foi preso em decorrência de "crimes de opinião". E sua prisão foi noticiada pelos jornalões. Dois presos e duas medidas.
Imunidade perdida
A da Dora Kramer, que aproveita a data para nos contar que se achava imune ao machismo até que... E aí vem a novelinha em que alguém, não se sabe se neste século ou no passado, começava perguntando se ela havia chegado bem, mas depois ia aumentando esses "cuidados" até sufocar sua feminilidade e ela lhe dar um pé.
Eu fui ler porque, ao ver o título, imaginei que Dora, enfim, se manifestaria sobre aquela conversa extremamente ofensiva do "membro mecânico". Que nada, nem ela nem as coleguinhas jamais trataram do assunto. Mas é que quem falou foi o Renan, aliado de quem sabemos. E deste elas engolem tudo, poderia dizer Bárbara Gancia.
Porção mulher
Parabéns às mulheres pela conquista da presidência da Comissão de Educação da Câmara. Sim, o eleito foi o deputado Nikolas Ferreira. Mas ele já se sentiu mulher uma vez, tendo inclusive discursado no plenário com peruca. Se sentir-se vale para Hiltons e Dudas, deve valer para Nikolas também.
Outra presidência que ficou com as mulheres - desta vez com Caroline de Toni, que sempre se sentiu como tal - foi a da poderosa Comissão de Constituição e Justiça. Só vitórias femininas em sua data internacional, quem poderia reclamar? Pois acredite que o Ex-tadão chegou a fazer isso em editorial.
Para o jornalão que aceitou a entrega da presidência do país a um ex-presidiário, essas duas eleições representam "um retrocesso político e moral". Por quê? Porque os eleitos são "bolsonaristas" e eu não gosto deles, diz o editorialista. Mas a gente sabe que o verdadeiro motivo é o machismo estrutural. Puro preconceito.
Vivi a ilusão
Não vamos ser tão críticos em relação ao gado que só acredita no que lhe mandaram e não lê opiniões opostas para não se contaminar. Um dia também vivi a ilusão de que tudo o jornalão noticiaria, de que em termos de informação aquele mundo tudo me daria, sem imaginar o que até então se resguardara.
Mas agora, que decepção! E o Ex-tadão ontem bateu um recorde. Ciro Gomes denunciou o esquema dos precatórios, que consiste em avisar ao banco amigo que o governo vai pagá-los. E o jornal disse que era mentira que o governo tinha vendido os precatórios para os bancos. É burrice ou tentativa de enrolar o gado desatento?
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