terça-feira, 12 de março de 2024

Evangélicos na mira?

Sempre se pode descer mais um degrau. Foi isso que Barroso deve ter pensado quando, dias atrás, em um daqueles eventos em que alimenta sua pantagruélica vaidade, deitou a falar sobre os evangélicos. Ou, mais especificamente, sobre o que "nós" devemos fazer em relação aos evangélicos.

Preocupa o ministro que os evangélicos votem de acordo com seu valores. Como se votar de acordo com seus valores não fosse a norma. No antro esquerdista woke em que ele estava, todos compartilham de um mesmo sistema de crenças e valores, essa é a "religião" da sua turma. Por que os demais não podem ter as deles?

Podem e devem, responderia alguém que respeita a democracia. Como esse não é o caso de Barroso, lhe parece muito natural falar sobre o "problema" do voto de quem não concorda com ele. Para o petista comum, tão antidemocrático como ele, seu discurso é natural. Mas o sujeito desceu mais um degrau.

Não desceu sozinho. Poucos dias depois, numa entrevista para os puxa-sacos da Globo News, Gilmar Mendes contou que, durante uma reunião "extremamente técnica", alguém revelou a Barroso que existe uma "narcomilícia evangélica", "algo muito sofisticado", uma união de milicianos e traficantes "integrados a uma rede evangélica".

Hoje, na Folha, Luciano Spyer reitera que as redes sociais e os grupos de zap dos evangélicos sustentam Bolsonaro e ferram com o ex-presidiário, mostrando como ele mente quando se diz contrário ao aborto e à ideologia de gênero. A propaganda do PT não chega com a mesma força nesses grupos, reclama Luciano.

Esse artigo pode até ser ocasional, mas as declarações dos supremos não. Particularmente a de Gigi, pois todos já ouviram falar do Complexo de Israel e ele quis dar um tom de novidade e gravidade ao fato, como se fosse um problema que eles ("nós) descobriram agora e precisam resolver.

Eles tentarão fazer algo contra os evangélicos? Terão coragem de chamar todos de traficantes? Proibirão que evangélicos participem de grupos de zap e discutam assuntos políticos? Parece complicado, mas tudo é possível quando as leis deixam de valer e se inventa até que velhinhas com Bíblia na mão podiam derrubar o governo.

Local adequado

Depois da manifestação flopada do último dia 8 na Paulista, a esquerdalha achou o local ideal para fazer aquela prometida para responder a Bolsonaro. Será no Largo de São Francisco, no próximo dia 23, com a participação de políticos, artistas, dirigentes sindicais e equivalentes. Povo mesmo, não deve ter ninguém.

No último evento que os petistas realizaram por lá, a turma "da USP" - do Pablo Ortellado, um petista que antes escrevia para defender a censura da internet - concluiu que eles reuniram 7.603 pessoas. Mas depois uma teve que sair em virtude de um compromisso inadiável e só ficaram 7.602.


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