Sempre se pode descer mais um degrau. Foi isso que Barroso deve ter pensado quando, dias atrás, em um daqueles eventos em que alimenta sua pantagruélica vaidade, deitou a falar sobre os evangélicos. Ou, mais especificamente, sobre o que "nós" devemos fazer em relação aos evangélicos.
Preocupa o ministro que os evangélicos votem de acordo com seu valores. Como se votar de acordo com seus valores não fosse a norma. No antro esquerdista woke em que ele estava, todos compartilham de um mesmo sistema de crenças e valores, essa é a "religião" da sua turma. Por que os demais não podem ter as deles?
Podem e devem, responderia alguém que respeita a democracia. Como esse não é o caso de Barroso, lhe parece muito natural falar sobre o "problema" do voto de quem não concorda com ele. Para o petista comum, tão antidemocrático como ele, seu discurso é natural. Mas o sujeito desceu mais um degrau.
Não desceu sozinho. Poucos dias depois, numa entrevista para os puxa-sacos da Globo News, Gilmar Mendes contou que, durante uma reunião "extremamente técnica", alguém revelou a Barroso que existe uma "narcomilícia evangélica", "algo muito sofisticado", uma união de milicianos e traficantes "integrados a uma rede evangélica".
Hoje, na Folha, Luciano Spyer reitera que as redes sociais e os grupos de zap dos evangélicos sustentam Bolsonaro e ferram com o ex-presidiário, mostrando como ele mente quando se diz contrário ao aborto e à ideologia de gênero. A propaganda do PT não chega com a mesma força nesses grupos, reclama Luciano.
Esse artigo pode até ser ocasional, mas as declarações dos supremos não. Particularmente a de Gigi, pois todos já ouviram falar do Complexo de Israel e ele quis dar um tom de novidade e gravidade ao fato, como se fosse um problema que eles ("nós) descobriram agora e precisam resolver.
Eles tentarão fazer algo contra os evangélicos? Terão coragem de chamar todos de traficantes? Proibirão que evangélicos participem de grupos de zap e discutam assuntos políticos? Parece complicado, mas tudo é possível quando as leis deixam de valer e se inventa até que velhinhas com Bíblia na mão podiam derrubar o governo.
Local adequado
Depois da manifestação flopada do último dia 8 na Paulista, a esquerdalha achou o local ideal para fazer aquela prometida para responder a Bolsonaro. Será no Largo de São Francisco, no próximo dia 23, com a participação de políticos, artistas, dirigentes sindicais e equivalentes. Povo mesmo, não deve ter ninguém.
No último evento que os petistas realizaram por lá, a turma "da USP" - do Pablo Ortellado, um petista que antes escrevia para defender a censura da internet - concluiu que eles reuniram 7.603 pessoas. Mas depois uma teve que sair em virtude de um compromisso inadiável e só ficaram 7.602.
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