Nesses tempos em que é preciso gritar rapidamente para ser ouvido, a gente se acostuma a falar no genérico e esquecer as exceções. O voto nas cadeias comprova que os bandidos apoiam o ex-presidiário? Sim, e isso é lógico, chama-se esprit de corps. Mas, por incrível que pareça, pouco mais de 10% deles votou em Bolsonaro.
Os analfabetos são outra reserva do descondenado? Sim, em pesquisas antigas 80% deles o apoiava. E isso não deve ter mudado, esse pessoal não lê, é submetido à manipulação diária da Globo aberta enquanto janta entre as duas novelas etc. Mas, mesmo sob essas condições, 20% desse público consegue entender o que acontece.
Não sei se a imprensa está mais próxima dos bandidos ou dos analfabetos, mas quando a tratamos de modo genérico, como normalmente fazemos por concisão, não estamos esquecendo das honrosas exceções que ainda se mantêm fiéis à verdade e dignificam a profissão.
Não deve ser fácil, e nem me refiro ao fato de que hoje temos jornalistas presos por motivos políticos ou exilados para evitar a prisão. É preciso ter solidez de caráter para resistir à oferta de um cargo mais alto, uma boquinha na estatal ou alguns milhões para as picaretagens do papai. Muitas pessoas não resistem e se prostituem.
Por isso, neste momento em que as presstitutas se reúnem em bando para vender outro falso golpe depois que o das velhinhas só enganou 18% da população, devemos lembrar de quem se recusa a fazer parte dessa podridão.
A Gazeta do Povo entre os jornais, a Paula Schmitt como jornalista independente, o Fernão Lara Mesquita, que honra o nome que outros destruíram, o velho Guzzo que ainda consegue espaço na grande mídia e toca a Revista Oeste com o Augusto Nunes e alguns abnegados. E tantos outros que estão por aí, muitos dos quais desconhecemos.
A todos, nossa pequena homenagem.
A opinião do povo
Será que dessa vez, transformando "vou usar meu exército de ministros" em "vou usar meu exército", falando incessantemente da reunião do golpe (mas omitindo que ali se diz que não haverá golpe) e da minuta secreta do golpe (mas escondendo que ela foi enviada a Bolsonaro pelo STF), a mídia podre terá sucesso?
Conseguirá ela levar a população a ver um golpe que nunca existiu e a não ver um que está aí, atropelando direitos básicos e ameaçando censurar a todos e ir ainda mais longe? A Atlas/Intel fez um pesquisa sobre o segundo aspecto e o resultado, divulgado ontem, foi o seguinte:
47,3% - O Brasil vive sob uma ditadura do Judiciário.
16,7% - Muitos juízes cometem abusos e ultrapassam suas atribuições.
20,9% - O Judiciário cumpre suas funções corretamente.
15,2% - Não sabem responder.
Esquecendo os 15,2% de alienados e considerando apenas os que conseguem opinar, nada menos que 75,4% concordam com uma das duas primeiras opções, muito próximas uma da outra. Apenas 24,6% acham que está tudo bem, devem estar aí os que acreditam no golpe das velhinhas com Bíblia.
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