domingo, 31 de dezembro de 2023

Últimas considerações

Comemorando o final do primeiro ano em que eles derrotaram Bolsonaro, o sinistro Barroso declarou que o problema é Bolsonaro, ou seja, as pessoas só acham que existe uma crise entre o Legislativo e o STF porque elegeram muitos bolsonaristas que ficam atacando o pobre tribunal como o presidente fazia.

É mais ou menos como reclamar que a Ucrânia não quer parar de brigar com a Rússia ou tentar explicar que a turma da rave estava com a música tão alta que incomodou os vizinhos de Gaza. Basta a vítima entregar a carteira sem chorumelas que tudo fica numa boa. Perdeu, mané!

Por aí já se vê que nada deve mudar para melhor no próximo ano em relação ao STF, não vamos gastar nossos votos com isso. Nossa tênue esperança nesse campo é que o Trump vença a eleição e os juízes que descumprem a lei terminem 2024 preocupados com o respaldo internacional aos seus desmandos.

Mas há coisas que podem melhorar. A família dos vídeos, por exemplo, sofreu muito com o desaparecimento de dois de seus membros em 2023: o do 8 de janeiro e o do aeroporto de Roma. Que pelo menos um deles volte ao convívio dos seus no próximo ano e que este termine sem mais sumiços inexplicáveis.

Também torcemos para que a polícia reencontre aquele rapaz que quebrou o relógio. Tão dedicado à causa, gastou o que não tinha para ir de carro a Brasília e não atendeu ao pedido dos manifestantes para ninguém levar cartazes ou usar roupas com nomes, envergando uma camiseta com o de Bolsonaro.

No futebol, desejamos que a CBF arranje um técnico. Talvez seja uma homenagem ao desgoverno, não dá para saber, mas os caras conseguiram tentar contratar um treinador italiano que acabou não vindo, pagando mico e deixando o país perder jogo após jogo nos meses em que esperavam. Foi ridículo demais.

Quanto às eleições, só podemos por enquanto torcer. É possível que a força dos analfabetos que sustentam o lulopetismo se dilua em termos municipais. E há indícios de que muitos dos idiotas que se isentaram na eleição passada já perceberam a asneira que fizeram e tendem a votar direito na próxima.

O que dá para prever é que, sem pandemia, a imprensa voltará a bater no aquecimento causado pelas emissões de carbono e pelo desmatamento. A Amazônia perderá árvores e queimará, mas isso não será culpa do presidente. E ninguém lembrará que árvores poderiam ser novamente plantadas pelos países que reclamam de nós.

Na mesma linha, teremos, em 2024, o mês mais quente da década, o dia mais quente do século ou algo semelhante. Mas não chegaremos a bater o recorde da temperatura mais alta já registrada: 56,7°C no Vale da Morte, na Califórnia. Em 1913, nem a bisavó da Greta devia ser nascida.

No mais, vamos em frente. Pois o que realmente importa é cada um com os seus tirar de letra os problemas e aproveitar a parte boa da história, chegando ao final de 2024 melhor do que agora. O que esperamos que aconteça a todos que nos acompanham nos quase seis anos deste clube.


Nenhum comentário:

Postar um comentário