O nível geral da grande imprensa brasileira desceu a um ponto em que, muitas vezes, você precisa prestar atenção naquilo que não acontece. Ou naquilo que acontece e os jornalões e grandes redes não noticiam, principalmente quando noticiavam e param repentinamente de noticiar.
Um exemplo do que não acontece é a ameaça de censura. Da outra vez, desde que chegou ao poder até o dia em que o deixou, o PT tentou de todos os modos censurar TVs e jornais. Agora, no entanto, eles nem falam no assunto. Teriam os filhotes de Fidel se tornado democráticos ou aconteceu alguma outra coisa?
Bem, o PT quer censurar a internet, controlar as redes sociais. O partido não mudou, continua querendo calar quem pode contestá-lo. Logo, quem mudou e se acertou com ele foi a imprensa em questão, que desde antes da eleição trabalha abertamente a seu favor e também apoia o PL da Censura (PL das Fake News, no seu jargão).
Uma das coisas que essa imprensa não noticia é o resultado de boicotes como o promovido contra o Bis, que contratou o Nelipe Feto. Não sei se a Lacta/Mondelez disponibiliza algum relatório detalhado por produto, acho que não. Mas a imprensa existe para investigar, bastaria visitar algumas redes de supermercados e perguntar.
Ah, isso não é importante? Não é o que parece, pois no início não faltaram "notícias" sobre idiotas que faziam o contrário do que apregoavam, aumentando as vendas do Bis ao comprá-lo para fazer filmes em que o jogavam no lixo. De repente não se falou mais no assunto, o que pode indicar que o boicote está tendo resultados.
Abre parêntesis. Esses dias passei numa empresa que vende doces para pequenos lojistas e consumidores finais. Em frente aos pacotes de Bis, uma senhora pensava, analisando se devia ou não comprá-los. Ao perceber que eu a observava ela ficou meio sem jeito, como se tivesse que se desculpar. Fecha parêntesis.
Mas nenhum exemplo recente é melhor que o dos brasileiros retidos na Faixa de Gaza. Logo no início, farejando outra oportunidade para o populismo rasteiro de seu mestre, a imprensa não parava de elogiar as ações do anão diplomático. Ele havia falado com fulano, agora falaria com sicrano, tudo seria resolvido em algumas horas.
Só que ninguém dá importância ao que ele fala. As horas viraram dias e estes semanas. Hoje, quando se completa um mês do início das hostilidades sem que o ex-presidiário incompetente tenha conseguido retirar um único compatriota da zona de guerra, a ordem da nossa grande imprensa é falar o mínimo possível sobre o assunto.
Com isso eles acabam falando pouco sobre a guerra em geral. O tema já é menos importante que a vitória do Vasco sobre o Botafogo. Nesse processo, as críticas a Israel, também fomentadas pelo patrocinador petista, praticamente desapareceram. O que é algo que não se pode desprezar.
Se eu fosse o embaixador israelense pediria ao Bibi para colocar os brasileiros em um local seguro e só deixá-los partir depois de tudo resolvido. Se a imprensa acaso voltasse a criticar, ele poderia no máximo liberar as crianças pequenas dizendo que atendeu a um pedido pessoal do amigo Bolsonaro. Nunca mais falariam de novo.
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