Lembre, quando chegar a hora do Nobel, que você viu a proposta aqui primeiro. Finalmente, começaram a adotar a nossa solução para o aquecimento global. Foi no Quênia, onde o iluminado governo do presidente William Ruto decretou feriado para que a população dedique um dia inteiro ao plantio de 100 milhões de mudas de árvores.
A meta é atingir um total de 15 bilhões de novas árvores em dez anos, trezentas para cada um dos 50 milhões de simpáticos habitantes da ecológica nação africana. E como a população mundial está em torno de 8 bilhões, bastará que os demais países sigam o exemplo queniano para chegarmos a 2,4 trilhões de novas árvores.
São 2.400 bilhões de árvores, seis vezes as cerca de 400 bilhões da Amazônia, que agora nós podemos derrubar sem receios porque nossa cota está cumprida de antemão. Problema resolvido. E sem necessidade de reuniões idiotas, objetivos que ninguém cumpre, pressões políticas e o restante. Próximo da fila, por favor.
O problema da solução
Se tudo são árvores, nem tudo são flores. Afastado o risco de aquecimento global, teremos que tratar do drama das milhares de ONGs que não terão mais motivo para existir e dos incontáveis oportunistas que ficarão desempregados.
A Elaine Bruma deixará a floresta para viver num condomínio onde passará os dias brigando com a síndica pelo direito de pendurar faixas com suas duas perguntas nas janelas. Quanto à Greta, que não pode se recolocar no mercado porque não estudou, a família tentará arrumar um casamento com um lenhador de alguma região isolada.
Outro detalhe é que, com o calor escaldante dos últimos dias, os portais se encheram de notícias em que "especialistas" consideram que essa tendência veio para ficar e calculam (sabe-se lá como) em quanto deverá aumentar o número dos que morrem todos os anos devido às altas temperaturas.
Com as novas árvores espalhadas por aí, a temperatura global diminuirá e essas vidas serão poupadas. Mas o que parece bom é ruim, pois morrem cerca de dez vezes mais pessoas de frio que de calor. O Guterres e todos os que estão agitando o espantalho do calor assassino devem saber disso, mas esqueceram de contar.
Era glacial não é problema
Desde que a humanidade anda sobre este planeta, de tempos em tempos precisa enfrentar períodos em que a maior parte dele simplesmente congela. Um inconveniente que pode não estar tão distante porque, considerando os intervalos entre as glaciações anteriores, nós já deveríamos estar entrando no freezer de novo.
Alguns dizem que ainda não entramos por sorte, outros justamente porque estamos esquentando o mundo desde o início da nossa tão criticada civilização industrial. Nesta última hipótese, é evidente que não deveríamos fazer nada contra o aquecimento global.
Mas nós e o presidente Ruto estamos preparados para todas as possibilidades. Se a gente perceber que começou a esfriar é só derrubar as árvores que serão agora plantadas e usá-las para fazer fogueiras que jogarão mais carbono na atmosfera. Se esquentar de novo, basta plantar tudo outra vez. Nunca foi tão fácil resolver.
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