"Serei eu uma psicopata?", Raissa se perguntava. Atormentada pela dúvida, ela concluiu que deveria matar alguém para ver como se sentiria e uniu-se aos amigos Jeferson e Enzo (cujo nome social é Freya), formando uma gang que saiu em busca da vítima idealizada: uma moça franzina, sem força física para se defender.
Ariane Bárbara, a eleita, tinha 18 anos e ainda ligou para a mãe para avisar que ia pegar carona com um grupo de novos amigos. Seu corpo foi encontrado uma semana depois neste dia, 31 de agosto, dois anos atrás.
A bem da verdade não é só a Raissa, todos são. Porém, considerando alguns critérios vigentes no Brasil do século 21, o único que os personagens desta tragédia conheceram, talvez não possamos nem chamá-los de anormais.
Para dar uma ideia disso, ladies trans first, Freya foi condenada primeiro. E anteontem chegou a vez de Raissa e Jeferson. Penas para os réus confessos? 15, 15 e 14 anos. Ou seja, em uns cinco anos estarão todos na rua. Possivelmente até antes.
Mas espere. Como um daqueles comerciais de venda direta, essa história tem uma oferta extra que você só vai descobrir se ler a notícia até o final. A gang tinha um quarto integrante, uma moça cujo nome e pena não podem ser revelados porque era menor à época dos acontecimentos. Essa já deve estar livre e solta por aí.
E não faltará quem defenda essas "punições" e até as considere exageradas. Afinal, como diz esse tipo de gente, a Ariane já morreu mesmo e não adianta lotar as prisões. Sim, Raissa, você é uma psicopata. Mas não está sozinha, muito pelo contrário, nasceu no lugar e no tempo certos.
Machismo animal
Além de beijarem jogadoras à força, os espanhóis costumam soltar touros pelas ruas para mostrar que não têm medo deles. Coisa de meninos grandes, inseguros com a própria masculinidade. Mas o pior é que a misoginia implícita nesses atos já não está restrita a eles.
Descobriu-se isso na pequena Titulcia, no último domingo. Nervoso com os rapazes que corriam em todas as direções, o touro de 500 quilos viu uma defensora dos animais que fotograva seu martírio para denunciá-lo e não teve dúvidas, deixou os muchachos de lado para atacar a mulher.
Sim, eles o estavam provocando e queriam matá-lo. Sim, ele estava quietinha e pretendia salvá-lo. Mas o animal se sentiu mais ofendido pela súbita aparição de uma fêmea em meio a "brincadeira" dos machos que pelo destino que o aguardava. É impressionante! Até quando continuaremos a educar os touros desse modo?
Psicopatas de estimação
O UOL está preocupado com as injustiças judiciais. Com as idosas presas sem julgamento desde janeiro por invadirem um prédio? Pelos detidos sem direito à dupla jurisdição e sem acesso ao seu processo por nada mais que manifestarem sua opinião? Pelos que se exilaram ou foram declarados inelegíveis por motivo similar?
Não, o problema deles é o Champinha, estuprador e assassino que há 20 anos está num limbo judicial. Dos seus quatro cúmplices, três já foram soltos e o outro em breve o será (as condenações a mais de 100 anos foram para inglês ver). E o chefe, pergunta o portal? Vão deixá-lo para sempre na cadeia sem julgamento? Assim ele nunca sairá.
Essa indignação seletiva e moralmente invertida deixa claro que o apoio desses caras a ideologias e políticos psicopatas não é acidental. Gente como a turma do UOL pode se conter, mas no fundo também é.
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