terça-feira, 29 de agosto de 2023

Mundos paralelos

Está certo que para ser petista o sujeito não pode ser muito honesto ou muito inteligente, mas às vezes os não honestos exageram na ração fornecida aos não inteligentes. Esse é o caso da alegada intenção de investigar a suspeita de que Bolsonaro poderia ter usado os PIX que recebeu para lavar dinheiro.

Claro, os 17 milhões em poucos dias doem na alma dos adoradores do descondenado que se vende como campeão de popularidade, mas não tem coragem de ir a um estádio de futebol, um shopping popular ou uma festa de peão. Encontrar uma sujeira no meio daquele dinheiro os deixaria mais felizes que disputar eleição sem voto auditável.

Mas há sentido nisso? Imagine, por hipótese, que Bolsonaro tenha realmente um dinheirinho sujo escondido em algum canto. Está lá, à sua espera, pode ser trocado em dólares ou mil outras opções. Por que ele o colocaria na sua conta justamente quando estão investigando cada pequeno detalhe da sua vida?

Ninguém faria isso, mesmo que estivesse precisando do dinheiro. E o sujeito acabou de receber milhões dos apoiadores, ficou numa situação financeira muito melhor que a anterior, não teria motivo algum para se arriscar. É só pensar um pouco para chegar a essa conclusão. Mas no estranho mundo mental do petista... você sabe como é.

O mais honesto

Imóveis dos parentes, joias presenteadas, hacker, lavagem de dinheiro com prêmios de loteria... A lista é longa, envolve malandragens como somar valores dispendidos ao longo de vários anos, e reitera que a imprensa tucanopetista apela para o lado pessoal porque não conseguiu encontrar nada de errado no governo Bolsonaro.

Os seus "casos de corrupção" padeciam do mesmo mal das suas "mensagens de zap" e seus "atos antidemocráticos", ninguém conseguia citar um deles. Mas, como Barroso um dia relacionou os seis atos (alguém disse que ele pensou em quebrar janelas com aviões etc.), o jornal O Globo certa feita listou os cinco casos.

Era cinco suspeitas, todas envolvendo questões pequenas como a dos dois pastores que, lá na ponta, teriam pedido dinheiro a alguns prefeitos. Outra delas, que envolvia uns poucos carregamentos de madeira, talvez esteja sendo ressuscitada agora para tentar atingir o Ricardo Salles, ministro da área na ocasião. Aiai.

Observação: o "mais honesto" é decorrente apenas da comparação com outros presidentes e governos. Não significa que nós pensamos que Bolsonaro é o sujeito mais honesto do mundo e de todos os tempos. Então, sim, os argutos rapazes do MBL têm razão: ele não é o presidente ideal.

Tempo recuperado

Roubou bilhões, confessou, está condenado, devolverá centenas de milhões. As decisões judiciais e o noticiário de tempos atrás pareciam ter esquecido daquele que sempre foi o meu predileto desde que conheci seu nome: futuro do pretérito.

Passado, presente e futuro, os primeiros a serem apresentados pelas professoras, são todos certinhos, meio newtonianos. Já o futuro do pretérito é relativista, quântico, envolve uma espécie de universo paralelo onde tudo pode, ou poderia, acontecer. O homem deu um salto evolutivo quando alguém o inventou.

E agora o reabilitaram. Observem como ele passou a ser utilizado, de uns tempos para cá, pela nossa gloriosa imprensa e nosso majestoso judiciário. Teria, poderia, estaria... o futuro do pretérito é a tendência da estação. Tudo isso graças a quem? Culpa de quem? Mais uma que ficamos devendo para ele.


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