Supremo é que o está acima dos outros e um tribunal julga. Logo, seria natural que qualquer integrante de um tribunal que se pretende supremo fosse alguém acostumado a julgar e reconhecido por essa função, não quem até ontem só tivesse participado de julgamentos como representante de uma das partes.
Em sua coluna de hoje, Alexandre Garcia afirma que a atual situação se deve ao lobby para colocar advogados em tribunais superiores, protagonizado pela OAB quando fizeram a atual Constituição, em 1988. E estranha que alguém troque os milhões que recebe como advogado por um salário de algumas dezenas de milhares.
Há propostas para resolver isso. Uma delas do deputado em que votei nas últimas eleições e me parece que está indo bem, Luiz Felipe de Orleans e Bragança. Sua ideia para o STF, que seria viabilizada por uma PEC, é exigir algo como 20 anos de experiência prévia como juiz e mandato limitado a 10 anos.
Acho que o segundo ponto é até mais importante que o primeiro. Hoje, com o limite por idade, a primeira exigência prática para concorrer ao cargo é a juventude. Zanin ainda está na casa dos 40, o senador Pacheco também. O objetivo do governante é deixar seu indicado lá pelo maior tempo possível.
Em princípio, quanto mais experiência melhor. Mas, hoje em dia, alguém próximo dos 60 não tem nenhuma chance de ir para o STF. Houvesse o limite de dez anos e o Supremo poderia ser o coroamento de uma longa carreira, um tribunal onde o sujeito poderia entrar até com mais de 70 para depois se aposentar.
Existem ainda propostas para exigir idade mínima de 45 anos, mas poderia ser pelo menos 55. Hoje é 35. Gigi entrou com 46, ganhando longos 29 anos para nos atormentar. O campeão absoluto é Dias Toffoli, o mais jovem de todos os tempos, que chegou lá com 41. E também nunca foi juiz.
Terrivelmente conservador
Procurando o apoio evangélico, Zanin tem se apresentado como o "homem de família" do Malafaia. Conservador, ligado aos valores tradicionais, contrário às drogas, à liberação do aborto e tudo o mais.
Nada garante que, entrando lá, o sujeito vai honrar o que disse, mas sempre é um compromisso. E eu acho que nesse ponto ele deve até cumprir a palavra. No resto, já se sabe. Mas não há o que fazer.
Resposta do dia
Agora que o Érisson ganhou vários colegas que todos os dias respondem ao "quem mandou matar Xatielle?" da Bruma, a luta é para escolher a opção mais criativa. E o prêmio de hoje vai para VFeroldi (@feroldivinicius), que escreveu:
Parece o japonês que ficou 20 anos num buraco esperando o comando do imperador kkkkk kkkk
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