terça-feira, 20 de junho de 2023

Liberdade não é...

Liberdade de expressão não é liberdade de agressão! Liberdade de expressão não é liberdade de destruição da Democracia, das Instituições e da dignidade e honra alheias! Liberdade de expressão não é liberdade de propagação de discursos mentirosos, agressivos, de ódio e preconceituosos!

Ontem mesmo, à noite, aqui nos comentários, se falava de como os atuais autocratas agridem a inteligência alheia, fugindo de problemas reais fazendo-se de parvos e dando respostas que falam de outra coisa, com truques retóricos primários que só podem ser aceitos pelos realmente parvos.

O motivo imediato foi a declaração daquele senhor careca, que dizia não ver problema na escolha do advogado pessoal de Lara para o STF porque nos EUA o presidente também indica nomes com quem se alinha. Como se o problema fosse esse e não a excessiva proximidade ou o fato dele ter alegado esta última para impedir nomeações de Bolsonaro.

Mas poderíamos também lembrar das vezes em que seu colega mais vaidoso disse que quem acusa deve provar e, portanto, quem desconfiava das urnas sem voto auditável devia apresentar provas de que sua programação estava viciada. Como se isso fosse possível no caso em questão e como se a sua função não fosse similar à do banco que guarda os bens de outro e deve lhe apresentar extratos detalhados do que faz.

Imagine se o banco só lhe desse extratos se você provasse sem eles que está sendo roubado. É ridículo, mas o idiota não percebe que a carroça argumentativa está puxando os bois e aceita a resposta malandra de quem conhece o eleitor que precisa atingir e aproveita para odiosa e arrogantemente zombar do outro.

Claro que eles estão contando que essas declarações serão engolidas sem críticas por uma imprensa cúmplice e submergirão na avalanche contínua de informações em pouco tempo. Muito provavelmente, ao contrário do que às vezes acontecia no passado, nenhum deles entrará para a história por ter dito uma dessas besteiras.

Só que o uso do cachimbo entorta a boca e pelo menos um deles passou a registrar com orgulho as barbaridades que está cometendo. Refiro-me novamente ao careca que, segundo li por aí, tem repetido, em suas autocráticas decisões censórias, o trecho acima destacado em vermelho.

Daria para criticar cada pedacinho do troço, mas pegue só o primeiro. A maioria da população decente desse país é agredida por quem a chama de "nazifascista" ou coisa parecida. O militante trans é agredido por quem quer proibir que crianças sejam mutiladas. O jogador é agredido pelo comentarista que critica sua atuação.

É quase impossível discutir sem agredir de algum modo. E como uma frase pode destruir a Democracia? Defendendo o comunismo? Ou será que é dizendo que um programa sempre poderá ser fraudado por seu programador? É mentira? Ou o contrário é que é? Quem define isso?

Aí é que está, todas as declarações acima envolvem um enorme grau de subjetividade. O que está subentendido em todas elas é a expressão "o que eu acho". O que eu acho agressivo, o que eu acho que ataca a Democracia, o que eu acho que é mentiroso, odioso e preconceituoso.

Que censurar e prender baseado no achismo do juiz é exatamente o contrário do que deveria acontecer numa sociedade democrática e civilizada, nem é preciso dizer.

 

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