segunda-feira, 29 de maio de 2023

Cuidado com sua escolha

É um daqueles casos em que alguém permite que o fracasso lhe suba à cabeça. Não satisfeito com o resultado do seu lendário Use Amarelo, o conhecido diário paulista resolveu lançar a campanha Fure a bolha, assine a Folha. Deu rima, mas o que tem uma coisa a ver com a outra? O jornal explica:

Em tempos de polarização, é cada vez mais difícil não limitar a sua visão do mundo pelo tamanho de sua bolha. Para conseguir isso, você precisa buscar opiniões tão diversas quanto confiáveis. Quando assina a Folha, você fura todas as bolhas com o melhor conteúdo e os melhores colunistas para entender o Brasil e o mundo com um único filtro: o jornalismo profissional.

Sim, eles descobriram que, na última eleição, muitos eleitores de um dos candidatos não lia nada contra ele e a favor do outro. E agora querem ajudar esse pessoal a superar essa limitação com um time de colunistas que inclui a porta-voz do PT, que ilustra esse texto, e mais alguns exemplares de sua imparcialidade.

Entre eles a psicanalista Vera Iaconelli, nossa conhecida de outros comentários. E Djamila Ribeiro, militante afro (ou coisa que o valha), que também atuou como garota-propaganda do TSE do Barroso e recentemente nos brindou com artigos como Estado precisa regulamentar as redes sociais, em que defende a censura das mesmas.

Também são citados nomes mais conhecidos como Antonio Prata e Condé. Ou nem tanto, como Itamar Vieira Junior, que em outubro último escreveu: Ou derrotamos Bolsonaro nas urnas ou a extrema direita arruinará de vez o Brasil - temos o compromisso de enfrentar projeto de violência e morte chamado bolsonarismo.

Enfim, é como diz um dos diretores daquilo, Anderson Demian, no artigo que festeja o lançamento da campanha: A Folha sempre abriu espaço para a diversidade de opiniões e ângulos sobre qualquer evento.

O Anderson só esqueceu que essa diversidade vai da esquerda tucana ao extremismo bolivariano, da proibição a mencionar Bolsonaro como líder político (já recomendada por lá) ao apoio às ilegalidades cometidas para combatê-lo, do racismo contra brancos das cotas raciais às mais recentes pirações da agenda woke. Como transita entre essas pequenas bolhas, o cara acha que furou todas elas.

Com a autoridade de quem vive lendo e comentando a opinião dos contrários, nós podemos assegurar que a bandeira da imparcialidade combina tão pouco com a Folha quanto o amarelo que ela tentou usurpar de quem defende a opção mais democrática para o Brasil (aquela em que, por exemplo, não há censura ou prisão por opinião).

O tema da campanha foi muito mal escolhido, só atinge quem já vive na bolha da Folha. Se ela fosse honesta e se dissesse aberta aos diversos matizes da esquerda talvez tivesse mais sucesso. Mas pior ainda são as imagens.

Observe a que está acima. O "Fure a bolha" está lá embaixo, talvez você nem o veja. O que salta aos olhos é o "Folha de SP" seguido de um enorme "Desinformação" para o qual a eterna amante do Dirceu aponta como cara de safada. Vale pela mensagem subliminar.


Nenhum comentário:

Postar um comentário