segunda-feira, 10 de abril de 2023

Sem nada

Da outra vez, pegando uma situação relativamente bem organizada e uma economia mundial com céu de brigadeiro, foi só deixar rolar. Agora o sujeito pegou um país relativamente reorganizado após a primeira destruição petista, mas um clima mundial meio nublado, e já se complicou.

Da outra vez ele tentou fazer um Fome Zero em que, a exemplo da caderneta da ditadura cubana, cada família teria direito a uma certa quantidade de alimentos. Mas, sem capacidade para organizar algo parecido, dez meses depois mudou o nome do Bolsa Escola para Família e passou a mentir que foi seu inventor.

Agora o nome era Auxílio Brasil e o programa parecia outro graças ao aumento de valor permitido pela economia em outras áreas, que foi a maior mudança desde a sua criação. Ele voltou a chamá-lo de Bolsa Família e quer mudar a regra dos gastos para combinar aumentos como esse com o desperdício de sempre.

E por aí vai. Poderíamos citar vários exemplos, mas um dado sintomático da sua incompetência gerencial é que, embora sem atingir os recordes de sua primeira passagem pelo governo, o desmatamento, que seus defensores diziam ser escandaloso no governo anterior, voltou a aumentar no seu.

Mas o ex-presidiário e sua turma não são ruins de todo. O problema é que só o que avança no atual desgoverno é aquilo em que essa gente se concentra: a censura (ou tentativa de), a arbitrariedade, a destruição da liberdade.

Nem todo mal é gerado diretamente pelo desgoverno, grande parte é responsabilidade daquele outro poder que rasgou as leis para colocá-lo lá e na prática é seu parceiro. Quem imaginaria que teríamos centenas de pessoas presas até agora por participar de um protesto há três meses e um humorista igualmente preso por fazer piada?

E quem imaginaria que a nossa grande imprensa aceitaria calada essa situação, digna das piores ditaduras. É por isso, porque conseguiram aparelhá-la, que eles já não se preocupam como antes em censurá-la. Seu alvo agora são as redes sociais, onde, não obstante alguns problemas, sobrevive a liberdade de expressão.

Assim estamos, com um presidente que vence nas urnas sem voto auditável, mas tem medo de entrar num estádio de futebol ou andar nas ruas de uma grande cidade, permanecendo tão recluso quanto na época da eleição em que só fazia comícios com tapumes e militantes rigidamente controlados.

E ai de quem ousar suspeitar de algum probleminha na programação das urnas que só nós e o Butão usamos dessa maneira. Amanhã o cara pode estar no gulag do sistema. Pelo andar da carruagem, isso e chamar homem vestido de mulher de homem será, daqui a pouco, uma das poucas coisas que ainda dará cadeia por aqui.

Mas alguém imaginou sinceramente que poderia ser diferente disso?


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