"Há crescente consenso da necessidade de regulação das redes sociais", diz o Ex-tadão na abertura de seu mais recente editorial em defesa da censura da internet. Mas diz "sem provas", como eles gostam de escrever quando querem desqualificar uma declaração que não faz parte de sua agenda.
Como não se vê ninguém preocupado com isso além dos mesmos de sempre, só dá para imaginar que esse crescente consenso é como aquele convencimento, cada vez maior, que o lulopetista Zé Dirceu tinha de sua inocência, um diálogo interno em que o sujeito se dedica a amortecer sua própria consciência do que é certo ou errado.
Sem convencer ninguém, o jornalão tenta se autoconvencer que o objetivo da "regulação" seria combater ameaças de morte, organizações terroristas ou outras coisas que já são enquadradas como crime. Mas acaba escorregando quando inclui os "atos de 8 de janeiro" entre os males a combater.
Essa foi uma das barcas mais furadas do jornalismo que fez o L. Mesmo com as depredações (tenham sido elas causadas por infiltrados ou não), a lenda de que senhoras idosas desarmadas estavam dando um golpe de estado só não parece cena de filme humorístico porque muitas delas estão presas irregularmente desde então.
É claro que o parágrafo anterior só será lido por poucos. Mas poderia ser lido por milhões e é o fato de qualquer um poder esfregar essas verdades na sua cara através da internet que incomoda o jornalão.
Por onde você soube que a sedizente "putinha do PT" só votava no partido-quadrilha e que este mandou a Odebrechet doar alguns dos milhões que eram desviados dos cofres públicos para o seu papai? Soube pela internet. Se dependesse dos jornalões, pode apostar que jamais desconfiaria.
Pegue o caso do falso escândalo dos imóveis "dos" Bolsonaro, uma sujeira preparada com um cuidado que envolveu uma investigação de tudo que os parentes do cara compraram em mais de 30 anos. Como o acusado poderia ter se defendido sem internet?
Os dois exemplos vieram da Foice. Mas o que o Ex-tadão, que também teria os seus, fez em ambos? Mostrou que a jornalista que inventou a mentira dos zaps hipnóticos comprados por empresários podia não ser tão isenta? Acusou-a de propagar fake news? Ressaltou que os imóveis eram condizentes com a renda de quem os comprou?
Que nada, ficou quietinho. Apoiou discretamente e concordou por omissão. Se a verdade não fosse reestabelecida através das redes sociais, muito mais gente cairia na mentira.
A possibilidade de suas falsidades serem expostas como o que realmente são é o que explica essa ânsia de censurar a internet. E de tentar se convencer na frente do espelho que esse não é apenas o desejo de uma minoria inconformada com a perda de uma parcela do seu poder.
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