Destaque para a notícia de que o ex-presidiário visitará a região afetada pelas chuvas no litoral paulista, nem uma notinha para dizer que Tarcísio já visitou. É o Ex-tadão em sua fase fazueli, ainda tentando deglutir o fato de que os dois últimos governadores foram eleitos graças ao apoio de Jair Bolsonaro.
Do outro, que chegou a colocar o Bolso no próprio nome e depois se revelou um traíra que precisava se esconder da população, o Ex-tadão, que também se afastou de seu antigo leitor, gostou. Mas deste, que não parece disposto a passar vergonha como o antecessor, nem tanto.
O problema é que o jornal tem tão pouco a criticar que precisou iniciar seu editorial de sábado elogiando o sujeito. Mas sem deixar o estilo maldoso, incluindo entre seus atos elogiáveis a recusa a permitir que São Paulo se tornasse um refúgio para bolsonaristas desempregados após a chegada do descondenado ao poder.
Ué, tinha alguma fila de bolsonaristas querendo arrumar um cabide por aqui como o gorducho Maia fez na época do traíra? Não tinha. Mas é assim que age a imprensa do fazueli, inventa um crime e passa a tratá-lo como fato jornalístico, dando-se apenas ao trabalho de inventar um motivo para ele não ter se concretizado.
Elogios feitos de má vontade, veio a crítica raivosa. O Ex-tadão queria que a festa de exigência de certificado de vacinação contra a covid continuasse livre e solta por aí, ao bel-prazer dos anseios totalitários de qualquer diretor de faculdade ou órgão público. O governador acabou com a palhaçada em todo o estado.
No fundo disso está o uso político de um mal que nem em seus piores momentos justificou a paranoia com que foi tratado. Imagine então agora, depois que a imunização de rebanho já fez seu trabalho e ainda não se passou um tempo suficiente para saber se as vacinas criadas a toque de caixa não causam algum efeito colateral.
Além disso, o governador não proibiu ninguém de se vacinar, quem achar que deve tomar mais doses pode fazê-lo sem receio algum. Pois o Ex-tadão previu essa crítica. E a respondeu com a mesma imbecilidade do auge da pandemia, dizendo que a pessoa não tem direito a não se vacinar e contaminar aos demais.
Parece o cachorro correndo atrás do próprio rabo, mas não custa repetir: se a vacina funciona o não vacinado só vai contaminar outro que escolheu não se vacinar; se não funciona e não protege quem a tomou, que sentido há em se vacinar ou perseguir quem não o fez?
O Ex-tadão não responde. Limita-se a rosnar que o governador está sendo submisso a Bolsonaro e aconselha-o a esquecê-lo para atender ao anseio da população. Como se esse se confundisse com as vontades do jornal e não tivesse se expressado na eleição de indicados do presidente como o próprio Tarcísio e o Astronauta.
Pelo jeito, a lição do Docinho ainda não foi bem assimilada por lá.
Enquanto isso a notícia ao lado mostrava foliões se acotovelando nas ruas, obviamente sem certificado algum. Mas o editorialista deve pensar que as pessoas não são capazes de juntar uma coisa com outra e perceber sua incoerência e motivação política. É outra ficha que está difícil de cair entre essa turma.
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