quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

A imprensa que ataca

Por que eles se comportam desse modo? O que lhes terá passado pela cabeça para dizer o que disseram e agir como agiram? (...) Tão urgente quanto combater e prevenir a calamidade natural é combater e prevenir a hecatombe civilizacional que nos atinge. Se descuidarmos, o que tivemos de pior entre 2019 e 2022 voltará em doses mais altas.

O jornal é o Ex-tadão e as palavras são de Eugênio Bucci, que comenta a "agressão" (alguns impropérios e um empurrão) aos repórteres do jornal num condomínio de classe média em São Sebastião. Entre as frases selecionadas, o "civilizado" petista de carteirinha se dedica a responder as perguntas que fez.

Um dos culpados é o maior número de armas em mãos de particulares (que não se sabe o que tem a ver com a história, mas...). Outro é o fanatismo dos que se ofendem com a "mera pretensão iluminista de investigar os fatos com rigor" e atacam os nobres representantes da "imprensa livre".

Mas o problema mesmo é que os fanáticos anseiam pela "mão cega, impiedosa e torpe" que resguardará seus privilégios. O que eles não querem é a imprensa dizendo honestamente a verdade ao lado da piscina que, mesmo que seja um tanquezinho, o faz se sentir superior ao populacho.

Sim, é a luta de classes. Que o petista transforma numa questão psicológica. Quem quer manter seu tanquezinho distante do interesse comum é um malvado opressor. Inversamente, devemos supor, quem está nadando em dinheiro, mas concorda com seu ponto de vista, é um dos oprimidos ou de seus abnegados defensores.

Não é por acaso que a mentalidade trans, de que o sujeito é aquilo que se sente, esteja quase sempre ligada ao extremismo de esquerda ao qual se filia o articulista. Foi o jeito que eles encontraram de manter o discurso sem nunca botar a mão no bolso para promover a igualdade que tanto dizem defender.

Pior ainda, isso leva a esquerda, com sua hipocrisia e seu eterno pendor totalitário, a se unir a interesses econômicos privados e extremamente poderosos que também se acham no direito de definir como a sociedade deve se comportar e o que nela se pode ou não dizer.

Mas essa forma de pensar está em todo o discurso do sujeito. A possibilidade do cidadão se armar foi decidida em plebiscito por larga maioria, ele deveria criticar a falta de democracia do governo que descumpriu a vontade popular, não daquele que a respeitou e, de quebra, baixou a criminalidade a níveis nunca vistos na época do seu partido defensor de criminosos.

E onde o Eugênio está vendo essa nobreza toda no atual jornalismo brasileiro? A teoria é uma coisa. Na prática, seu próprio artigo comprova, grande parte da nossa imprensa passou a achar normal se referir a uma linha política e aos milhões que a defendem com acusações falsas, generalizações absurdas e constantes impropérios.

Os caras atacam o dia inteiro, mentem, deturpam e ofendem. E aí se surpreendem e ficam procurando motivos quando algum de seus representantes é xingado ou leva um empurrão. É mais simples Eugênio, é mais simples. Não adianta você bater e fazer pose de civilizado, ataques grosseiros (como o seu) vão gerar reações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário