Os chineses estão tentando influenciar as crianças e adolescentes, garantem políticos de oposição. Não a oposição daqui, onde talvez nem precisem fazer isso, mas a dos EUA. É o que conta a reportagem de Samantha Aschieris no Daily Signal, republicada ontem na Gazeta do Povo. Vamos lá.
Partido Comunista Chinês mira crianças e adolescentes ao se infiltrar em escolas nos EUA
Os republicanos do Congresso e os especialistas em política asiática estão soando o alarme sobre a influência do Partido Comunista Chinês na educação primária e secundária (a K–12, que vai do jardim de infância ao final do secundário), bem como nas faculdades da América, por meio do que chamamos de Salas de Aula Confúcio e Institutos Confúcio. Como diz o deputado Mike Gallagher (republicano do Wisconsin), presidente do Comitê Seleto sobre a Competição Estratégica entre os EUA e o Partido Comunista Chinês:
Esses Institutos e Salas de Aula permitem que o Partido Comunista Chinês exerça influência em todo o sistema educacional americano e nós lutaremos contra isso sempre que impactar os interesses americanos e a segurança nacional, seja no setor privado ou na sala de aula.
Os Institutos Confúcio, fundados em 2004, são centros "culturais" financiados pela China que operam em campi universitários. A senadora Marsha Blackburn (republicana do Tennessee) que criou a chamada Lei de Transparência para os Institutos Confúcio em 2021, garante: Durante anos, o Partido Comunista Chinês tem usado os Institutos Confúcio como um cavalo de Troia para promover sua propaganda e história revisionista nas universidades americanas. O objetivo deles é controlar o que vemos, ouvimos e pensamos sobre a China. Nenhum governo estrangeiro deveria ter a capacidade de influenciar a educação americana – especialmente um regime desonesto que comete violações flagrantes dos direitos humanos e mina consistentemente nossa democracia. Os Institutos Confúcio, em qualquer forma, devem ser apagados da sociedade dos EUA imediatamente. Estima-se que 500 escolas de ensino primário e secundário nos EUA tenham Salas de Aula Confúcio. Elas eram promovidas pela Hanban, que em 2020 mudou seu nome para Centro de Educação e Cooperação em Idiomas e é subordinado ao Ministério da Educação da China. Falando sobre esse assunto, John Metz, presidente do Instituto Athenai (organização apartidária, fundada por estudantes, focada em remover a influência do Partido Comunista Chinês dos campi universitários americanos), afirmou:
As Salas de Aula Confúcio são essencialmente o ensino primário e secundário paralelo aos Institutos Confúcio, mas muito menos documentadas. Em muitos casos, elas sobreviveram mesmo quando os Institutos Confúcio aos quais estavam ligados fecharam, o que é particularmente interessante. Vários deles foram estabelecidos ao lado ou em conjunto com a Asia Society (organização dedicada a educar o mundo sobre a Ásia, mas em janeiro de 2022, eles anunciaram que estavam descontinuando sua afiliação formal com a Hanban. Muitas pessoas podem pensar que as Salas de Aula Confúcio, porque não fornecem acesso a pesquisas de ponta e outros motivos, não desempenham o mesmo papel em moldar uma geração de líderes, não têm tanta importância. Mas existem centenas delas em todo o país. Pelo menos 500 distritos escolares americanos primários e secundários estabeleceram Salas de Aula Confúcio em um momento ou outro. E muitos deles fornecem o mesmo tipo de oportunidade para moldar a discussão, não apenas da língua chinesa, mas também de assuntos delicados como a história chinesa de uma forma favorável ao PC chinês. Segundo Michael Cunningham, pesquisador do Centro de Estudos Asiáticos da Heritage Foundation (à qual o Daily Signal pertence):
Os Institutos e as Salas de Aula Confúcio são apenas mais um exemplo de como o PC chinês manipula os interesses das instituições educacionais dos EUA para o próprio ganho. Então, eles financiam programas nos Estados Unidos e podem dotá-los com seu próprio professor, seus próprios instrutores. Eles são capazes de prescrever o currículo usado e realmente criar o currículo. Ian Oxnevad, pesquisador associado da Associação Nacional de Acadêmicos e coautor do relatório Depois dos Institutos Confúcio: a influência duradoura da China no ensino superior americano, alertou sobre as ameaças e perigos potenciais associados às Salas de Aula Confúcio: Você ainda tem influência estrangeira, obviamente, moldando as opiniões das crianças americanas sobre a China, e isso afetará o sentimento público futuro em relação à China. E a China não é um regime benigno, então essa influência é importante. Mas para além disso há a questão de soberania educacional, da qual pouco se fala. Mas se você tem soberania como conceito, deveria aplicá-lo à educação também. Você não deveria convidar uma potência estrangeira para ensinar seus filhos. Que país em sã consciência faria isso? As potências neocoloniais fazem isso. Antigamente, as potências coloniais faziam isso nos países em desenvolvimento. Isso não é uma coisa saudável que um país deva fazer. Oxnevad também delineou o que ele acha que deveria ser feito sobre as Salas de Aula do Confúcio:
Torná-las ilegais e fechá-las. Não há um dilema absurdo aqui. Você não deixaria a União Soviética entrar e ensinar russo às crianças, nem deixaria a Alemanha nazista fazer o mesmo com o alemão. Por que você quer que a China faça isso? Especialmente quando há muitos recursos aqui para ensinar o chinês como é.
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