Ontem, nos últimos comentários do dia, foi postado um vídeo em que alguém analisava as declarações dos chefetes do MBL e concluía que eles estão mais distantes que nunca de suas arrogantes pretensões, pois ganharam a antipatia dos dois blocos ideológicos (digamos assim) em que o eleitorado brasileiro se divide há duas décadas.
Eles jamais conquistarão os lulopetistas, que se lembram do que aconteceu no impeachment da criatura. E, com a traição do voto lulo, que pode ter sido decisivo numa eleição apertada como a última, perderam também os antipetistas.
Bem, minha opinião é que os líderes do movimento têm plena consciência disso e só falam em conquistar o reino para ganhar súditos que lhes permitam viver confortavelmente em seu pequeno ducado, quando muito com um partidinho próprio (um PCO de direita) e as verbas que este traz.
Se o próximo candidato à direita for Bolsonaro ou alguém apoiado por ele, os malandros voltarão ao discurso de que é necessário acabar com o bolsonarismo para só depois atacar o lulopetismo. Se for outro, eles também dirão que seus defeitos - reais ou imaginários - o fazem indigno de receber o voto dos puros da "verdadeira direita".
Mas o que no MBL não passa de safadeza dos líderes é estratégia levada a sério por outros. O "vamos tirar Bolsonaro para depois combater o PT" está nos planos secretos de parte da grande imprensa e de segmentos políticos. Particularmente dos tucanos, que sonham com a volta da velha "rivalidade" PTxPSDB.
E o problema é que a fantasia dessa gente é a mesma dos ingênuos que levam o MBL a sério: o pessoal antipetista, que agora votou no Bolsonaro, vai ver que ele perdeu e passará a votar em nós, que o traímos e auxiliamos decisivamente o PT a vencer.
No que me toca é exatamente o contrário. Eu, que já cansei de votar em tucanos, só pretendo votar a fazê-lo se ficar um deles e um petista num segundo turno do estado ou do país. E para a grande maioria das pessoas também é mais ou menos assim, nada é tão universalmente detestado como a traição.
Para piorar a situação desses caras, a inconformidade com todas as irregularidades da última eleição está vivíssima, fomentando o antipetismo e o bolsonarismo que com ele se confunde. E como eles querem acabar com essa linha para tomar o seu lugar, continuam a atacá-la como se fossem... lulopetistas.
Não são, nunca terão o voto dos ladrominions. E agora perderam e continuam perdendo o voto dos antipetistas. Os dois extremos estão cada vez mais consolidados, restando-lhes apenas uma estreita faixa entre ambos. Sua terceira via é uma ciclovia, uma apertada ciclofaixa numa larga avenida.
Para o MBL, que só quer um cantinho do bolo, isso está muito bom. Mas para jornalões, tucanos e similares estará também? Eles continuarão a tratar quem votou em Bolsonaro, justamente a metade mais esclarecida e produtiva do eleitorado, como uma minoria insensata que deveria quase pedir desculpas por seu "radicalismo"?
Sei lá, vamos ver até onde eles vão.
Para concluir, é óbvio que a estratégia dos terceiristas teria sentido se Bolsonaro fosse um completo incompetente e/ou um monstro que quer censurar, prender e criar campos de concentração para opositores. Mas, no mundo real, quem se adapta a essa descrição é a gang lulopetista. Até quando eles pretendem vender sua mentira como verdade?
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