quinta-feira, 3 de novembro de 2022

A luta continua

É cedo para fazer previsões, mas as manifestações dos últimos dias mostram que a atual luta contra o lulopetismo começa com mais força do que a de 2014-16, quando, a essas alturas do campeonato, ainda nem se haviam reunido aqueles primeiros grupinhos que eram motivo de chacota dos estagiários do UOL.

A indignação agora também é maior, pois a eleição deste ano foi manipulada desde a absurda descondenação do único adversário com popularidade suficiente para enfrentar o presidente Bolsonaro até a compra de votos e o transporte de eleitores detectado (mas apenas parcialmente impedido) pela ação da PRF no Nordeste.

E mesmo com isso, com as suspeitas sobre a programação da urna sem voto auditável, com os inquéritos abertamente ilegais e toda a perseguição dos militantes petistas do Judiciário, com as inserções roubadas em rádios e tudo o mais, nunca houve um resultado tão apertado numa eleição presidencial.

Com mais votos do que em 2018 em números absolutos e um pouco menos em termos de percentual, Bolsonaro repetiu, contra um adversário de verdade, o desempenho que levou o ex-presidiário à reeleição no embate que hoje sabemos ter sido praticamente de mentirinha em 2006.

E o Molusco foi uma exceção. Tanto FHC como a Jumenta se reelegeram com menos votos do que na primeira eleição, em números absolutos e percentuais. Essa é a regra, pois a realidade do poder desgasta qualquer um. O raro é ter mais votos no segundo pleito, principalmente contra alguém muito mais forte.

Com esse desempenho, Bolsonaro só não se reelegeu porque nós tivemos uma pequena diminuição da abstenção (talvez resultante do transporte irregular de eleitores) e uma enorme e repentina diminuição dos votos brancos e nulos, cujo percentual caiu para menos da metade do das eleições passadas.

Isso é especialmente curioso quando se considera que antagonistas, mbls e outros traidores infiltrados na trincheira conservadora comandaram uma campanha a favor do voto nulo. Esperava-se que ele aumentasse, não o inverso. Estaria aí, na mudança do voto de que ninguém reclama, a fraude da programação da urna?

Mas, deixando de lado a maracutaia do software, o perfil do eleitorado não mudou. O petismo sobrevive graças ao eleitor analfabeto ou com menor escolaridade que, como regra, também costuma ser o mais manipulável na época da eleição e o menos influente na sociedade no restante do tempo.

Assim, entre as pessoas capazes de se manifestar nas ruas e nas redes, o antipetismo continua amplamente dominante. E agora ele tem uma liderança natural, que é o próprio presidente Bolsonaro, o domínio de estados importantes como São Paulo e uma série de pontos favoráveis que inexistiam em 2014.

Também existem problemas mais sérios, a começar pela continuidade do militante 9x2 que poderia ter sido substituído pelo mais equilibrado 7x4 no STF. Em termos de risco à democracia e à estabilidade do país, isso talvez tenha sido o pior da recente eleição. Mas deixemos esse assunto para outra ocasião.

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