sábado, 13 de agosto de 2022

Bárbara surpresa

Nada me deixou mais surpreso nos últimos tempos do que a surpresa que Bárbara Gancia manifestou após participar da leitura do Manifesto pela Democracia, aquela cartinha da meia dúzia de banqueiros que apoia a bandalheira lulopetisma. Creio que todos já viram seus dois tuítes, mas não custa recordar.

No primeiro Bárbara manifestou seu desapontamento com o pequeno público presente ao evento e com ausência de jovens e entusiasmo. Quase todos eram da idade dela e os mais destacados eram "intelectuais mofados com as ideias de sempre". Uma coisa chocha, com tanto ardor quanto bandeiras do Brasil.

(A parte das bandeiras é minha. Barbara não estranhou ver mais bandeiras da CUT e do MST que do país cuja democracia estaria sendo salva.)

O segundo tuíte foi ainda mais surpreendente. Nele, a etílica criatura reclamou das empresas que não liberaram seus funcionários para participar do ato. E ainda jogou na cara dos empresários que eles os liberarão para assistir a Copa e aplaudir o Neymar, que é bolsominion.

Então, então...

Então eles REALMENTE acreditam nas mentiras que contam!

Acreditam que estamos numa feroz ditadura e a bobajada que inventaram com assinaturas falsas era um novo Diretas Já. Acreditam que o povo oprimido estava acompanhando a movimentação e louco para apoiá-la. Que os empresários também não aguentam mais e seus funcionários correriam para o ato se fossem liberados.

Não deixa de ser chocante constatar que pessoas com um bom nível cultural e ligadas a veículos de comunicação se mostrem tão desconectadas da realidade. Eles vivem REALMENTE numa bolha, falando uns com outros sobre suas próprias fantasias enquanto acreditam que falam do mundo e para o mundo.

Bem, isso pelo menos explica a insistência dessa turma em repetir absurdos que podem ser facilmente desmascarados. A gente pensava que era uma tática para impor alguma coisa pela repetição. Mas não, eles (ou muitos deles) acreditam nas imbecilidades que escrevem e devem discuti-las a sério entre si.

Há exceções, é evidente. Mas esse é o nível atual da maioria do nosso jornalismo. A gente sabia que era muito baixo, mas descobrir o quanto foi mesmo uma bárbara surpresa.

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