sábado, 11 de junho de 2022

Onde eles estão (com a cabeça)?

Embora previsível, nunca deixa de ser espantoso. A chance de criar uma Marielle internacional seria atraente demais para que eles não tentassem atribuir ao presidente a responsabilidade pelo desaparecimento dos dois idiotas que se meteram numa selva repleta de perigos naturais e humanos.

Também era fácil prever o que aconteceria no nosso STF bolivariano. Uma dessas entidades que se autodenomina representante dos "povos indígenas" solicitou e o Boca prontamente atendeu, determinando que Bolsonaro (o governo federal) faça tudo o que for necessário para descobrir o que aconteceu aos espertos.

Ele está certo, garante Walter Maierovitch, um imbecil que se diz "jurista" e escreve no UOL, pois a Constituição garante o direito à vida e cabe ao presidente cumpri-la. E Waltão não está sozinho, toda a militância de redação repete seu discurso.

Então está combinado, qualquer problema que envolva risco de vida a gente já sabe o que fazer. Rua mal iluminada, possibilidade de assalto, o desaparecimento de alguém, uma curva perigosa ou seja lá o que for. Esqueça da delegacia local e vá direto ao STF que ele manda o presidente resolver.

A regra só não vale nos morros cariocas porque outro membro do STF determinou que lá a polícia não pode entrar. Ou vale e o presidente continua sendo responsável por quem sumiu numa viela, mas deve resolver o problema sem usar a força, apenas com diálogo e ações sociais? Precisamos esclarecer essa dúvida.

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Por onde andam Dom e Bruno eu não tenho ideia. Mas eu conheço Bruno e Marrone, que explicam por que estão onde não deviam:

- Seu guarda eu não sou vagabundo. Eu não sou delinquente, sou um cara carente, eu dormi na praça pensando nela. Seu guarda seja meu amigo, me bata, me prenda, faça tudo comigo, mas não me deixe ficar sem ela.

- Não vou bater em você coisa nenhuma. Estou vendo que você é um só rapaz de bem que se excedeu um pouco na malvada, isso acontece. Agora, no tocante ao seu problema amoroso você vai ter que resolver direto com a moça, taokey?

O guarda era o presidente Bolsonaro, que os vizinhos chamaram para evitar o possível risco constitucional à vida que o estranho no banco da praça representava.

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Outra dupla famosa foi Dom e Ravel, os irmãos cearenses que conquistaram a nação nos anos 70 com hits como "Eu te amo, meu Brasil". O STF não foi acionado a tempo e os dois vieram a falecer, em 2000 e 2011, porque Bolsonaro não cumpriu seu dever constitucional de garantir saúde a todos.

Pelo menos não tiveram que esperar a vacina que Bolsonaro não quis comprar. Mas deixaram um vazio que ninguém poderá preencher. Nunca mais saberemos o que significava aquele verso enigmático: "A hora chora de tristeza e dor". A única esperança é entrar no STF e o Boca dar 48 horas para Bolsonaro nos explicar.


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