Sendo verdadeira a história - nunca se sabe quando se trata de quem pode ganhar com a exposição pública -, desta vez o UOL está certo ao defender uma jovem atriz chamada Klara Castanho, que teria engravidado após um estupro e deixado a criança nascer, entregando-a imediatamente a seguir para adoção.
Seria difícil exigir mais da moça. Na teoria, a atitude cristã seria considerar que o ser em gestação não tem culpa de nada, deixá-lo nascer e tratá-lo depois com o mesmo amor dedicado a qualquer outro filho. Na prática, quem conseguir fazer tudo isso pode se candidatar à canonização.
Dá para imaginar o que passaria pela cabeça de uma mulher que mantivesse uma gravidez nessas circunstâncias. Ou o que passaria pela do seu marido ou namorado. A lei que permite o aborto em caso de estupro está errada porque o novo ser continua sem culpa de nada, mas está certa porque as pessoas têm limites que devem ser considerados.
Parece contraditório. E é, mas é uma extensão da ideia, amplamente defensável, de que o aborto deve ser permitido quando há risco da gestante morrer. Trata-se de um limite físico num caso e psicológico no outro. Os legisladores - os eleitos, não as supremas bonecas vaidosas - estavam certos quando abriram essas exceções.
E o OUL, excepcionalmente, também está. Até o relógio quebrado...
Mas
Seguindo o padrão do grupo, a principal manchete do portal é obrigada a reconhecer que o desemprego é o menor em muito tempo. Mas omitindo que esse tempo pode ser contado desde que o lulopetismo quebrou o país e acrescentando que os salários estão um pouco menores do que antes da pandemia.
E piora
Pior que a desonestidade intelectual é a chamada para um artigo da Foice cujo cabeçalho já diz tudo: "Big techs mantêm brechas sobre golpismo de Bolsonaro e deixam TSE sem respaldo (Apesar de estratégias conjuntas das redes com o tribunal, moderação de conteúdo desafia plataformas)".
A dificuldade é óbvia. Como as big techs podem proibir que alguém diga que um computador pode ser programado para apresentar um resultado num teste controlado e outro na operação real? Ou que outro desconfie da honestidade dos gestores do processo? Ou até da sua capacidade de controlar todas as suas fases?
Mas o Grupo Foice não se conforma, quer porque quer que a urna eletrônica sem voto auditável seja tratada como tabu. Aqueles que no passado recente reclamavam dela, agora pedem abertamente a censura. E prévia, a justificativa dos precogs da Barão de Limeira são os males que essas críticas poderão causar no futuro.
Por aí se vê por que o lulopetismo nem fala mais em controlar socialmente a velha mídia. Não precisa, ela se transformou em sua aliada na missão de censurar o cidadão comum. E a melhor maneira de impedir que esse monstro nos aflija por décadas é abortá-lo na origem. É por coisas assim que se deve abrir exceções.
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