É claro que eles evitam passar recibo e não admitem abertamente, mas, vendo o que seus braços na imprensa escrevem por aí, percebe-se que os defensores do retorno da bandalheira estão incomodados com a crescente descrença da população em duas coisas importantes para os seus planos.
Umas delas envolve as urnas sabor jabuticaba. Como foi comentado no sábado, para esconder que a maioria já abriu o olho e desconfia de quem as manipula, o Datafoice chegou a fazer uma pesquisa em que o entrevistado tinha a opção de dizer que confia "um pouco" nas urnas sem comprovante impresso - como se não fosse normal confiar um pouco em quase tudo e como se isso fosse suficiente nesse caso.
O outro problema são as próprias pesquisas, mais especificamente o contraste entre o que algumas delas concluem e o que se vê. Estando as favoráveis ao ladrão corretas, essa seria a primeira vez em que o candidato popular foge do contato com o povo e o impopular é plenamente correspondido ao buscá-lo.
O que fazer? Como responder a isso? Primeiro eles tentaram fingir que não estava acontecendo nada, mas não funcionou. Depois tentaram realizar eventos com público controlado, mas nem seus convertidos se animaram a participar de suas micaretas. Por fim, adotaram duas novas medidas.
Uvas verdes
Fingir menosprezar o que não conseguem obter não é novidade para eles. Quando viram que só o adversário é capaz de levar multidões às ruas, passaram a defender que isso era "golpismo", não prova de apoio. Agora, de uns dias para cá, se combinaram para dizer que Bolsonaro não está trabalhando quando vai ao encontro do povo.
A ideia é que o presidente seria uma espécie de técnico que precisa analisar papéis em seu gabinete durante o expediente, não um coordenador que deve distribuir funções técnicas e combinar o acompanhamento de seus resultados com um constante contato com políticos, associações de produtores e a população em geral.
Fica mais divertido com algumas comparações. Segundo essa visão, Churchill não estaria trabalhando quando saía para fumar um charuto após o bombardeio nazista. "Uma guerra acontecendo e o cara fica vadiando ao invés de bolar boas estratégias para as tropas", poderia dizer um foicista londrino na ocasião.
Selo de confiabilidade
Mas a grande novidade, noticiada hoje pelo UOL, é o lançamento do "selo de confiabilidade" das pesquisas eleitorais, uma espécie de agência verificadora destinada a informar em qual empresa do setor se deve acreditar. Informar ao gado esquerdista, bem entendido, pois só este pode levar a asneira a sério.
O ranking completo está na edição de hoje. Para surpresa de ninguém, o UOL descobriu que a mais confiável é a Datafoice, aquela que assegurava que Bolsonaro não tinha nenhum a chance de vencer a uma semana da eleição passada. Num segundo grupo, quase tão confiável quanto, destaca-se o incomparável Vox Populi. E o coitado do Instituto Paraná está na lanterna deste campeonato.
É, amigos, os foicistas gostariam que todos esquecessem do que eles e seus amiguinhos fizeram no verão passado. Parecem incomodados com esse assunto. Essa mania da realidade não combinar com seus levantamentos deve mesmo exasperá-los.
Nenhum comentário:
Postar um comentário