De tanto se repetir virou um detalhe da paisagem, mas é incrível como parte da mídia que se diz independente distorce qualquer notícia para tentar atacar o atual governo. O exemplo maior é, claro, o UOL/Folha, que hoje amanheceu gritando que "Crianças e adolescentes viram alvo com o aumento da violência no campo".
"Só em 2021 foram 68 casos envolvendo jovens, o maior índice em 5 anos", diz o lead. E aí vem o que se espera. Um gráfico com os números de 2017 (o mais baixo) a 2021 (o mais alto). E os casos incluem de tudo, de assassinato, estupro e agressão a envenenamento por agrotóxico e ameaças.
Mas eles focam apenas nos assassinatos, contando as novelinhas de sempre e dando a impressão de que ocorreram 68 mortes a quem lê a matéria por alto. Como exemplo disso, logo abaixo do gráfico de casos está escrito: "O levantamento revela uma realidade sangrenta para crianças e jovens das áreas rurais..."
Culpa de quem? Eles também não dizem abertamente, mas todos já sabem, a violência rural é apenas um reflexo dos problemas do país que sofreu um gópi em 2016 e foi dominado pelo mal a partir de 2019. No final, uma "pesquisadora" de um tal Atlas da Violência no Campo, prevê que a situação deve se agravar:
"As evidências mostram um cenário de piora devido a um conjunto de fatores: aumento do armamento, desmonte de políticas públicas que poderiam contribuir para não acirrar os conflitos fundiários e a possível liberação de terras indígenas para mineração, que contribui para acirrar o potencial violento nessas regiões."
Mas aí você decide ler o troço com mais cuidado e tem algumas surpresas. Realmente, 68 é o maior número de 2017 em diante. Mas existiram 127 casos em 2016! E não aposte que foi tudo depois do gópi, pois aconteceram outros 97 em 2013, quando os bondosos progressistas governavam o nosso país.
Mais surpresas? A pesquisadora informa que os homicídios (aí é morte mesmo) cresceram 75% no campo enquanto aumentavam 40% nos centros urbanos. Terrível, claro. Mas a conta dela foi feita entre 2007 e 2017, com uma beiradinha para o Temer e um amplo domínio para o ladrão e a débil mental.
Por que eles não comparam com 2019 para cá, quando as taxas de homicídio passaram a baixar abruptamente? E 50 ou 60 casos de violência incluindo até ameaça não parece grande coisa em função do tamanho da nossa população. Por que eles não dão os números de assassinatos, já que só falam disso no resto da matéria?
E por que eles não nos contam quanto dessa violência foi causada pelo famigerado MST?
Qual é a música?
Uma derivação do assunto está na primeira novela da reportagem, em que Regina Lisboa, de 51 conta, como encontrou a neta de 17 morta sobre a tábua de passar roupa. Caramba, a mulher de 51 tem uma neta de 17! Pois tem. E a filha, mãe da menina tem 39, nasceu quando a Regina tinha 12!
Humm, há 39 anos uma senhora que hoje tem 52 teria 13. Será que a menininha sertaneja da época se inspirou em algum exemplo mais famoso? O OUL deveria ter ido mais fundo nesse assunto. Quais foram as influências de Regina? Que revistas de fofocas ela lia? Que músicas ouvia? Também ficamos sem saber.
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