terça-feira, 22 de março de 2022

Melhor que horário nobre na Globo

Quatro anos atrás, a essas alturas do campeonato eu estava entre a maioria dos participantes do blog que pensava em votar em Alckmin. Pois as coisas foram mudando e, apesar das pesquisas dizerem que ele perderia para qualquer um no segundo turno, quase todos acabamos votando em Bolsonaro.

Para governador foi ainda pior, pois, para muitos aqui, a dúvida entre França e Doria se estendeu até o último instante. O que é normal, as pessoas mudam o voto durante a campanha e a maioria que não se preocupa com esquerda contra direita e coisas do tipo é capaz de mudar bem mais que qualquer um de nós.

Portanto, mesmo que as atuais pesquisas estivessem corretas, elas não garantiriam nada (como até a Eliane Cantanhêde reconheceu esses dias e o Celso Russomano deve pensar todas noites), ainda haveria um amplo espaço para reverter a situação.

Para isso existe a propaganda eleitoral, uma espécie de júri em que você tem absoluta certeza de que o acusado é culpado quando escuta o promotor e inocente quando quem discursa é o advogado de defesa.

Nessa briga contam os argumentos, é óbvio. Mas, até mais que eles, conta quem fala mais. Não é por acaso que dizem ser preciso tantos milhões para eleger um deputado ou senador, esse é o custo da propaganda. Quanto mais sua mensagem chegar ao eleitor de modo qualificado, mais chance você tem.

É desse ângulo que se deve ver o apoio das igrejas evangélicas. Como se espalham até a ponta e podem ser repetidas vezes sem fim por quem é respeitado pelo ouvinte, as decisões vindas da cúpula acabam sendo mais importantes que as propagandas convencionais.

E os evangélicos estão pintados para a guerra, observou o Doc ontem nos comentários. Estão mesmo, poucos dias atrás, mais de um centena de parlamentares ligados ao setor e quase duzentos de seus líderes mais importantes esteve num evento de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, com a presença deste.

Imaginem se isso tivesse acontecido com o criminoso libertado irregularmente por aqueles que colocou num tribunal. Pode ter certeza de que a imprensa opositora não estaria falando de outra coisa até agora.

Como não foi assim, resta-lhe reclamar da Folha Universal, como vimos aqui no domingo e se repetiu ontem em outro jornalão. Globos e Folhas quase chegam a dizer que isso é concorrência irregular, devem pensar nesses meios fora do seu controle como pensam na Internet e seus terríveis zaps hipnóticos.

Que reclamem à vontade, não podem ir além disso. Podem fazer suas pesquisas desonestas, suas reportagens direcionadas, suas manchetes cheias de "mas", convocar suas putinhas bem pagas no último instante. Só não podem obrigar ninguém a ler aquilo.

A Folha Universal também não pode. Mas o pessoal lê, sua mensagem com certeza chega ao leitor. Eleitor.


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