quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Olha quem voltou

Quem diria que, em pleno terceiro milênio, ele e o seu entorno retornariam para explicar o que acontece? De quem estamos falando? Vejam as seguintes declarações, a primeira escrita pelo global Gu da Chácara quando da eleição do Biden e a segunda retirada de um tuíte postado horas atrás pelo anta Mário Sabino:

"O mundo ficará mais suave sem Trump. Acabou o pesadelo da era Trump. Pode-se criticar Biden (...). Mas é uma pessoa normal. Trump era mau."

"Demônios como Vladimir Putin, tirano sanguinário, mentiroso calculista e agressor de nações pacíficas, só têm um destino natural: o inferno."

Maldade, demônio, inferno... Eles não estão falando daquele demônio do meme do "vai lá e faz isso", mera personificação de uma tendência autodestrutiva. Também não estão se referindo ao personagem como o faria um monge de mil anos atrás, é fato, mas não estão muito longe deste.

E a lista de novas entidades demoníacas não para por aí. Putin na verdade sempre esteve no umbral, sem que se soubesse se deviam deixá-lo entrar no clube ou não. Mas Trump é capeta juramentado, maligno desde sempre e em tudo que faça. Como o nosso Bolsonaro, que teria inclusive o dito cujo em seu DNA.

Tem uma certa lógica, se o mundinho da lacração e do politicamente correto é o bem, quem a ele se opõe só pode representar a força oposta. E a lacrolândia pode não necessitar de uma entidade superior porque o espelho lhe basta, mas não deixa de invocá-la quando se trata de caracterizar seus inimigos.

Agora aí está, Trump era demônio, mas Putin acabou invadindo a Ucrânia e se revelando seu igual. Quem é o bonzinho, o anjo da história? Só pode ser o vovô, aquela "pessoa normal" secundada pela bondosa afrovicepresidente. Ontem ele até orou, vamos esperar para ver o que fará hoje.

Só uma dica: pode ser mais difícil lidar com o Putin do que derrubar estátua do Cristóvão Colombo, aquele outro demônio que atravessou os mares só para fazer maldades com quem vivia feliz do lado oposto.

Reflexos

Ontem, no final da noite, acabamos imaginando como os acontecimentos da Ucrânia podem talvez acabar se refletindo por aqui. Claro que estávamos apenas no terreno das hipóteses, mas a sequência seria mais ou menos a seguinte:

A nova humilhação americana acenderia um alerta a nível militar e alguém gritaria que não dá para deixar os caras se instalarem também na América do Sul, particularmente no Brasil. Um general de lá daria o recado para os daqui, que por sua vez comunicariam a quem de direito a decisão.

Basta! Chega de palhaçada de lacrador de rede social que virou juiz tirano e quer entregar a presidência a um lacaio do comunismo que deveria estar na cadeia. Ou os caras consertam a caca que fizeram e passam a se comportar ou aplica-se, agora com respaldo militar (popular já havia), o remédio previsto na Constituição.

O número da besta é 666. Do remédio é 142.

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