quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Fala que eu te escuto, Sóstenes

Em entrevista na Foice de hoje, Sóstenes Cavalcante diz que o objetivo da Frente Parlamentar Evangélica é se dividir em vários partidos e dominar 30% da Câmara e do Senado, percentual de evangélicos na população em 2019, quando eles cresciam 1% ao ano. Aproveito para resumir e comentar rapidamente outras coisas que ele diz por lá.

Sinto que há maioria folgada, diria uns 90% de nós, de apoio à reeleição de Bolsonaro. Tivemos grandes avanços no governo. Um dos nossos grandes trabalhos era barrar pautas que nos afrontam, o que acontecia antes. A penetração do PT no segmento diminuiu assustadoramente. Voltei de Belém, fui num encontro com 450 pastores da Assembleia de Deus do Samuel Câmara. O pastor fez uma consulta e só um declarou votar em Lula. Todos os outros são Bolsonaro.

Não é só aí que se vê um apoio maciço a Bolsonaro, é nos bares, nos grupos de vizinhos, em todos os lugares. Quanto aos evangélicos, mesmo que seja menor em outras denominações, não há dúvida de que ele é gigantesco entre os principais líderes e os pastores, que hoje sabem quem tem ou não compromisso com seus valores. E também é óbvio que estes influenciam enormemente as ovelhas sob sua guarda.

Pra mim, o PT não consegue nunca mais enganar o público evangélico. Lógico que também não sou amador de achar que não exista no segmento pessoas que, por conta da situação econômica, votam no PT porque acham que na época do PT o padrão de vida era um pouco melhor. Não ignoro isso.

O fato envolve uma dupla ignorância, pois quando se considera a situação que cada um pegou o governo Bolsonaro é muito melhor que o petista e não é a presença do ladrão no governo que faria 2003 voltar. Ao contrário, se ele fosse esse mágico não haveria recessão em 2009 e a maior recessão de nossa história (sem pandemia) no final do desastre petista.

Mas a realidade é que parte do povo não sabe mesmo raciocinar e pode cair nesse engodo, o PT vive disso, da exploração da ignorância. O que eu acho é que, com os pastores batendo do outro lado e por motivos que merecem um artigo à parte, esse grupo não chega aos 30% de evangélicos que votou no Kit Gay no segundo turno de 2018. E aí tudo bem, os 70% de antes estão muito bons.

(Caso o bandido vença)... tenho convicção de que (a bancada) será, em sua maioria, de oposição. Agora tenho também que entender que cada parlamentar tem filiação partidária.

Como os parlamentares evangélicos se dividem em vários partidos e a força do governo é grande, muitos se acertariam com ele, isso é mais do que evidente. Mas a tendência é que a bancada permaneça fundamentalmente refratária à esquerda e pronta a deixá-la.

O tema também merece ser aprofundado, mas, em suma, a direita que pode se manter no poder agora ou voltar para ele após outro intervalo de horror petista jamais será formada por tecnocratas falando em reformas e brandindo planilhas, será uma direita cristã, basicamente evangélica.

São ideologias totalmente antagônicas. O conteúdo da esquerda, que alguns podem dizer que não é 100% comunista, no fundo é totalmente de afronta aos valores religiosos. Já fui esquerdista, já fui do PT, e, no auge da maturidade, aos 46 anos, digo que é impossível um cristão ser filiado à esquerda.

Eis o ponto, por mais que tente se distanciar externamente dele o PT é uma subdivisão do comunismo, aquela ideologia tão asquerosa quanto o nazismo. Por mais que disfarce é fundamentalmente inimigo da vida espiritual, adepto de ver o ser humano apenas como um animal com necessidades materiais e disposto a tratá-lo como menos que um animal sempre que tiver poder e considerar necessário.

Que ele ainda complete esse quadro apresentando como candidato um notório criminoso é um acinte, um deboche ao estilo da gargalhada que o demônio lança ao exorcista que tenta afastá-lo de sua vítima. Para quem tem um mínimo de caráter, não há acordo possível entre os dois lados.

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