segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Baixinha entre os baixinhos

O que faz uma senhora a caminho dos cem num post sobre vacinação infantil? Não, ela não está aí porque é baixinha, mas para lembrar que mesmo pessoas com uma atenção médica de primeira linha e totalmente vacinadas podem pegar covid. As atuais vacinas podem ser até paliativos, mas não são imunizantes.

E o pior é que elas podem também causar problemas ainda desconhecidos. A vacina francesa contra a dengue acabou sendo retirada pelo SUS porque causava mais mal do que bem. Mas isso só foi descoberto depois de anos em que as pessoas se prejudicaram sem saber.

É por isso que, afora o gado que deixa a imprensa pensar por ele, os adultos avaliaram prós e contras da vacina. A maioria decidiu se vacinar. Mas quando chegou a vez das crianças, cujo risco de contrair a doença é extremamente baixo e cujo organismo pode não suportar um eventual efeito negativo, a coisa foi diferente.

O resultado está aí. Há vacinas de sobra e já se passou o tempo necessário para que todas as crianças se vacinassem, mas, segundo dados de três dias atrás, apenas 21% dos baixinhos tomaram ao menos uma dose do pretenso imunizante.

Entre as Unidades Federativas, sete estão acima da média nacional: Rio Grande do Norte (32,6%), Sergipe (23,9%), Espírito Santo (21,9%), São Paulo (28,1%), Paraná (28,6%), Rio Grande do Sul (23,2%) e o Distrito Federal (34,6%). Os demais vão baixando dos 21% até chegar aos 5,3% do Amapá.

Os números devem aumentar se nenhuma criança apresentar efeitos colaterais e os governos continuarem coagindo os pais como fazem em São Paulo (conheço pessoalmente casos em que a pessoa vacinou os filhos por isso). Mas a opinião da maioria da população já ficou clara.

Bug

Calcule como tudo isso deve bugar a cabeça dos que pensam que as pessoas são incapazes de decidir por conta própria e só se vacinam ou deixam de se vacinar porque obedeceram ou não a alguém.

O sujeito acredita de que, apesar de ter entrado no consórcio para comprar vacinas quando não se falava no assunto, Bolsonaro não queria que ninguém se vacinasse. Pensou que ele havia sido derrotado quando os adultos se vacinaram em peso, mas agora acha que eles não vacinam os filhos por influência do presidente.

Imagine se o ABP tentar ligar os pontos. Provavelmente concluirá que Bolsonaro não teve sucesso no início, mas depois achou um jeito de fazer os pais abandonarem até mesmo o instinto natural de proteção dos filhos para obedecê-lo. Alguém com tanto poder e tão maligno só pode ser diabólico.

E o efeito disso na eleição? Se os eleitores já chegam a arriscar a vida dos filhos para agradar a Bolsonaro, imagine se não votarão nele. Está tudo perdido, logo ninguém mais será preso por delito de opinião como quer o fascista, talvez as redes até deixem de censurar quem for de direita.

Ah, não, a esse ponto o gado não chega. Com foi dito acima, ele deixa que a imprensa pense por ele. E enquanto ela mostrar aquelas pesquisas, como fez até a última semana em 2018, ele respirará aliviado.

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