domingo, 23 de janeiro de 2022

Gôndola fantasma

Para quem tiver dúvidas e quiser conferir, a frase finaliza o último artigo do blog Cinegnose, já mencionado aqui no passado: "Não tenham dúvidas, caros leitores. Bolsonaro ainda continua em stand by como uma espécie de 'Plano B', caso sua versão mais 'limpinha', Sérgio Moro, continuar insosso e anódino."

A teoria da Guerra Híbrida se divide em algumas vertentes e o Wilson, dono do blog, mesclou-a com ideias próprias ao criar a sua. Mas um dos pontos em que todos concordavam é que o sistema que nos manipula forçaria uma polarização entre Lula e Bolsonaro para acabar queimando os dois e oferecendo a grande solução intermediária: Sérgio Moro.

Defendiam, do verbo não defendem mais. Até mesmo o Piero Leirner, principal divulgador do conceito, tem feito questão de ressaltar que continua acreditando que o plano não foi alterado e ainda surgirá algo para catapultar Moro, mas nunca pretendeu ser uma pitonisa infalível.

Analistas como o mau patrão Rui Costa Pimenta acreditam que Bolsonaro será chutado, mas o ungido será Mourão ou alguém equivalente. E os demais estão, como o Wilson, já aceitando que os manipuladores se verão obrigados a admitir que Moro não leva jeito e o negócio é manter o Capita por mais quatro anos.

Assim, até os guerreiros híbridos, que não deixavam de ser grandes entusiastas da candidatura Moro para poder soltar aquele vitorioso "eu não disse?" ao final de tudo, já estão com um pé fora da canoa. Resta o MBL, que a gente até esquece que existe depois do fiasco de setembro, e parte da imprensa.

Entre esta, destaca-se, é óbvio, o Antagonista. Mas eu leio de vez em quando os tuítes do Mário Sabino e sinto que ele não está lá muito animado. Pode ser que essa canoa acabe se revelando uma gôndola. Uma meio fantasma, conduzida por um gondoleiro louco, andando por aí sozinha.

Monstros marinhos

Um assunto paralelo é que no mar híbrido há um molusco, sobre quem os guerreiros também discordam entre si. O Piero, por exemplo, que vê complô em tudo, só não desconfia dos três ou quatro institutos que lhe dão percentuais absurdos e acredita que ele poderia vencer uma eleição presidencial.

Mas governaria? Não chegaria lá tão amarrado por chantagens que nada conseguiria além de exercer para a direita o papel de assombração que Bolsonaro hoje exerce para a esquerda? Sua função não seria fazer a população se ver cada vez mais dependente dos militares, únicos capazes de conter seu golpismo como hoje contêm o de Bolsonaro?

Outra vertente não acredita que ele chegue à eleição. Neste caso seu papel seria o de impedir o surgimento de outras candidaturas à esquerda (como a de Ciro), segurando o lugar até o último instante. Talvez para que Moro (agora Bolsonaro) vença com maior facilidade, talvez para deixar o cetro para seu vice.

Deve ser nesta última versão que o Alckmin bota fé.

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