terça-feira, 16 de novembro de 2021

Os vitoriosos

Com dez minutos de jogo o Flamengo vencia por 2x0, dominava totalmente a partida e tinha um jogador a mais. A goleada poderia ser histórica. Não foi tanto, ficou em 4x0. Agora, imaginem se no final de tudo um diretor do São Paulo convidasse a torcida a festejar o fato do jogo não ter terminado tão mal quanto poderia.

Impensável, não é mesmo? Mas foi exatamente o que o argentino Fernández fez ao pedir que seus eleitores comemorem a derrota - a maior sofrida pelos peronistas desde o final do regime militar - nas eleições que aconteciam enquanto o jogo do Morumbi se desenrolava, no último domingo.

Para incentivar o pessoal a usar desse modo o evento de amanhã, previamente marcado sob outra alegação, o poste mandou beijinhos enquanto sua animada correligionária Victoria Tolosa Paz oferecia a explicação definitiva: "A nosotros nos tocó perder ganando, ellos pueden haber ganado perdiendo."

Porém o absurdo foi tratado com toda a naturalidade pela esquerda de lá e de cá porque isso é normal entre eles. Nós já cansamos de ver, até mesmo visita ao presidiário de Curitiba eles comemoravam. A necessidade de se declarar vencedor em qualquer circunstância parece fazer parte do esquema mental do esquerdista médio.

Sei lá o motivo. Talvez isso seja uma decorrência daquele pensamento babaca de que a história lhes dará razão no fim dos tempos. Ou do orgulho de imaginar saber o que vai acontecer melhor que os outros, perceptível até no lamento pela futura catástrofe ambiental de uma descompensada como a Elaine Bruma.

Já a esquerda brasileira agora se concentra no périplo internacional do criminoso condenado por unanimidade nas três instâncias técnicas. Quando ele estava preso, era a Jumenta quem alugava uma sala para eventos de alguma universidade, reunia alguns petistas locais e dizia ter feito o maior sucesso "na Sorbonne" ou coisa equivalente.

Hoje, militantes infiltrados na imprensa como o famigerado Ricardo Kotcho descrevem, encantados, os aplausos que o eterno marginal teria recebido numa sessão "do Parlamento Europeu". Mas a realidade é que ele participou de uma conferência sobre a América Latina realizada por uma bancada "no Parlamento Europeu".

É óbvio que aparecendo um ex-presidente cucaracha por lá os caras aplaudem por educação. Mas é difícil até dizer quantos deputados estavam ali para a tal conferência porque ela ocorria ao mesmo tempo em que se usava o local para reuniões de comissões permanentes da casa, inclusive com votações.

Um pequeno pedaço da agenda do dia (abaixo) pode oferecer uma melhor noção dos fatos. Agora imaginem o que diriam por aí se um não esquerdista tentasse malandragem semelhante. Era capaz até de algum ministro do STF dar 48 horas para o Parlamento Europeu se explicar.




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